«Uma vaca clonada por cientistas argentinos com genes bovinos e humanos começou a produzir leite similar ao materno como forma de contribuir na luta contra a mortalidade infantil, informou [ontem] a universidade responsável pelos estudos.
Investigadores da Universidade Nacional de San Martín (Unsam) e do Instituto Nacional de Tecnologia Agropecuária (INTA) inseriram dois genes humanos codificadores de duas proteínas presentes no leite humano em Issa, uma vaca clonada no ano passado. As proteínas são a lactoferrina e a lisozima, incorporadas no ADN da vaca, também conhecida como Rosinha.
"Esta é uma maneira de contribuir para a luta contra a mortalidade infantil, já que uma proteína permite evitar doenças infecciosas do aparelho digestivo e evitar anemia nos recém-nascidos", explicou o reitor da Unsam, Carlos Rota. De acordo com o investigador Germán Kaiser, do Grupo de Biotecnologia da Reprodução do INTA, "a pesquisa não pretende substituir o vínculo mãe-filho durante a lactação, mas é destinada aos bebés que, por distintas razões, não têm acesso ao leite das suas mães", acrescentou.
A Argentina entrou no clube da clonagem destinada a criar vacas transgénicas com fins medicinais em Agosto de 2002, com o nascimento de Pampa, fruto de uma clonagem realizada por analistas do laboratório local Bio Sidus com o intuito de obter leite bovino com a proteína de crescimento humano hGH. Os descendentes de Pampa, a primeira bezerra clonada na América Latina, produzem leite do qual é extraída essa proteína para produzir remédios para crianças com problemas de crescimento com menor custo.»
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