A sequela de Sonic & All-Stars Racing chegou com grandes novidades para os fãs de videojogos de corridas. Cortesia do ouriço mais famoso do planeta.
Texto: Tiago Matos
Se houve coisa que a série Mario Kart provou foi que existe mercado para os jogos de karts. É compreensível. São jogos divertidos, simples de jogar e adequados para toda a família. A Sega já se tinha mostrado atenta ao fenómeno, pegando no seu estimado Sonic e em alguns outros dos seus mais populares personagens e criando o alegre Sonic & All-Stars Racing. Agora adiciona-lhe uma nova mecânica e a possibilidade de competir não só na terra mas no mar e no céu. Será que acertou?
Modos distintos
O jogo é, à primeira vista, muito parecido com o seu antecessor. No modo Carreira encontram-se os principais desafios individuais (World Tour, Grand Prix, Time Attack e Single Race) que, completos nas várias dificuldades, vão desbloqueando novos desafios, pistas e personagens. A maior parte do tempo deverá, contudo, ser passada no modo de Multiplayer (on ou off-line), que inclui desde início alguns modos distintos para disputar com amigos.
Velocidade visual
São bastante agradáveis os gráficos do jogo, bem ao jeito do que se esperaria daquilo que é, para todos os efeitos, um tributo à Sega. As texturas são polidas e as animações detalhadas. A atenção ao pormenor tem contudo um senão: quando a velocidade aumenta, é tal o caos de distracções que por vezes perdemos o sentido do circuito, entrando por caminhos que na verdade não existem ou nos conduzem a quedas imprevistas. É, ainda assim, bastante satisfatório sentir a individualidade visual de cada pista ou personagem.
Terra, céu e mar
É precisamente nas pistas que se encontra a grande novidade do jogo. Inspiradas em dezenas de cenários clássicos da Sega, estas incluem este ano, pela primeira vez, trechos no ar e na água. E a coisa é tão simples como parece: os personagens correm nos seus carros enquanto há terra, transformando-se automaticamente os veículos em barcos ou aviões quando é necessário. A grande inovação do jogo é também o seu ponto mais questionável, já que, enquanto na terra tudo ocorre na perfeição, os percursos aéreos e marítimos são bastante menos fluídos, prejudicando o ritmo da corrida. Voar, em particular, é substancialmente mais lento que os outros métodos, já para não falar da complexidade no controlo. A inovação faz, de facto, todo o sentido, mas infelizmente o processo não é ainda tão natural como se desejaria. Talvez num próximo título.
Elenco Sega
O jogo inclui mais de vinte personagens do imaginário Sega, algumas bastante bizarras e, como é natural, umas mais famosas que outras. A saber: Sonic, Tails, Amy Rose, Knuckles, Dr. Eggman e Shadow (da série de jogos Sonic), Alex Kidd (Alex Kidd in Miracle World), AiAi e MeeMee (Super Monkey Ball), Amigo (Samba de Amigo), Beat e Gum (Jet Set Radio), B. D. Joe (Crazy Taxi), Gilius Thunderhead (Golden Axe), Vyse (Skies of Arcadia), Joe Musashi (Shinobi), Ulala e Pudding (Space Channel 5), Nights e Reala (Nights Into Dreams), Wreck-It Ralph (Wreck-It Ralph), Danica Patrick (sim, é mesmo a famosa automobilista, mas na sua versão Stewart-Haas Racing) e o inédito AGES, o antigo cartão de memória da Dreamcast, cujo veículo assume variações bastante engraçadas. Quanto mais se joga com um personagem, mais este evolui, ganhando pontos de experiência, que depois servem para escolher modificações benéficas na condução dos respectivos veículos.
Rebentar com eles
Existe uma série de armas novas para rebentar com os adversários durante a corrida ou defender os nossos carros de ataques alheios. Quase todas divertidas de utilizar, algumas das armas são, contudo, pouco efectivas, deixando por vezes saudades de outros jogos semelhantes como, por exemplo, o velhinho Speed Freaks, com as suas gosmas de prender à estrada ou mísseis teleguia-dos. As armas (ou protecções) são capturadas ao longo dos próprios circuitos, assim como as moedas estreladas, que servem para usar em slot machines imediatamente antes de cada corrida, pela possibilidade de ganhar, como consequência, interessantes vantagens.
Conclusão
Sonic & All-Stars Racing Transformed não é um jogo perfeito, mas traz bastantes inovações, um conceito relativamente simples e é garantia de diversão, especialmente para um público mais jovem ou para os mais saudosos jogadores da Sega, como tributo que é à histórica marca de jogos e consolas e a alguns dos seus mais icónicos protagonistas.
SONIC & ALL-STARS RACING TRANSFORMED
Para: Playstation 3, PS Vita, Xbox 360, Nintendo 3DS, Wii U e PC
GRÁFICOS: 8
Visual detalhado e bastante característico, ou não fossem os circuitos inspirados em jogos clássicos da Sega. Algum caos quando a velocidade aumenta desorienta a condução.
SOM: 7
Competente e adequado, ainda que nada de extraordinário.
JOGABILIDADE: 8
Os carros conduzem-se de forma simples e fluida. Os aviões nem tanto. A velocidade sente-se acima de tudo quando o piso é sólido.
INOVAÇÃO: 7
É um título claramente ambicioso, como o prova a quantidade de adições à mecânica. Para além das especificidades de terreno dos circuitos, há novas armas, pistas, modos e personagens.
REPLAY: 8
Com amigos, é o tipo de jogo que pode ser jogado durante muito tempo. Há modos e circuitos suficientes para isso.
Artigo publicado na edição #17 da Revista 21