«Woody Allen não vai permitir a exibição de Blue Jasmine nos cinemas indianos, recusando-se a aceitar os anúncios anti-tabagistas que, de acordo com a legislação do país, devem surgir no ecrã em todas as cenas em que se veja uma personagem a fumar.
A empresa PVR Pictures, encarregada de distribuir o filme na Índia, declarou esta quarta-feira que o realizador tinha considerado inaceitável a presença destes avisos contra os malefícios do tabaco.
Integrada numa campanha do Governo indiano para reduzir o consumo de tabaco, esta regulamentação impõe que os anúncios sejam exibidos no ecrã, em sobreposição ao filme, enquanto durarem as cenas que envolvam o acto de fumar. As salas são ainda obrigadas a exibi-las antes de se iniciar a projecção de qualquer filme e também nos intervalos.
Um porta-voz da PVR Pictures, citado pela imprensa indiana, explicou que o cineasta nova-iorquino está convencido de que, “a partir do momento em que começa a ser exibida a mensagem anti-tabaco, a atenção do espectador é desviada para ela”. E aparentemente não é o único a pensá-lo. O realizador e produtor indiano Shoojit Sircar já manifestou publicamente o seu apoio à decisão de Allen: “Ainda bem que tomou esta posição, porque os anúncios perturbam os espectadores”.
As leis indianas contra o consumo de tabaco foram contestadas nos tribunais, mas o Supremo aprovou as normas que obrigam os exibidores a projectar estes anúncios.
Blue Jasmine, que deveria ter estreado nas salas indianas durante o fim-de-semana, conta a história da mulher de um financeiro que perde o seu estatuto social quando o marido é preso por fraude e fica sem fortuna. Vários críticos têm considerado que se trata da melhor realização de Woody Allen nos últimos anos, e prevêem que o papel principal possa valer um Oscar à actriz australiana Cate Blanchett.»
Via Público.
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