sexta-feira, 5 de Abril de 2013

O Testamento de Maria (Colm Tóibín)


O Testamento de Maria
Por: Colm Tóibín
Edição: Bertrand Editora
Título original: The Testament of Mary
Tradução: Tânia Ganho
Páginas: 112
PVP: 12,20 €
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Chega às livrarias nacionais na próxima semana uma obra bastante curiosa, que acompanha a vida de Maria, a mãe de Jesus, depois da crucificação do filho.

Confira abaixo o primeiro parágrafo: 
«Vêm, ambos, com mais frequência agora e, a cada visita, parecem mais impacientes para comigo e para o mundo. Há uma espécie de rudeza neles. uma violência que lhes ferve no sangue, algo que já vi antes e consigo farejar como um animal acossado. Mas não estou a ser acossada agora. Já não. Agora cuidam de mim, e interrogam-me suavemente, e vigiam-me . Pensam que não conheço a natureza complexa dos seus desejos, mas nada me escapa, hoje, a não ser o sono. O sono escapa-me. Talvez seja demasiado velha para dormir. Ou já não haja nada a ganhar em dormir. Talvez não precise de sonhar ou de descansar. Talvez os meus olhos saibam que, em breve, se fecharão para sempre. Ficarei acordada, se tiver de ser. Descerei estas escadas ao raiar do sol, quando a alvorada insinuar os seus raios de luz neste quarto. Tenho os meus próprios motivos para vigiar e esperar. Antes do descanso final, vem este longo despertar. E chega-me saber que acabará, um dia.»
E leia de seguida a sinopse de O Testamento de Maria:
Numa voz simultaneamente terna e cheia de ira, O Testamento de Maria narra a história de um cataclismo que conduziu uma mãe a uma dor indelével. Vivendo agora em exílio, em luto, e no medo, tenta reagrupar as memórias dos acontecimentos que levaram à morte brutal do seu filho. Para ela, Jesus era um homem frágil, rodeado por homens que não eram de confiança, a viver numa época turbulenta, de grandes mudanças.

Maria vive sozinha, anos depois da crucificação de Jesus, e sem qualquer vontade de colaborar com os autores do Evangelho. São eles os seus guardiões, que lhe proporcionam abrigo, comida e a visitam regularmente. Maria não concorda que o seu filho seja o Filho de Deus, nem considera que a sua morte tenha «valido a pena», nem que aquele grupo de inadaptados que o rodeava sejam discípulos sagrados.

À medida que a vida de Maria e o seu sofrimento começam a adquirir contornos de mito, ela tenta quebrar o silêncio acerca daquilo que realmente aconteceu, tornando-se uma heroína trágica com a eloquência de Electra, Medeia ou Antígona.

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