domingo, 14 de Outubro de 2012

Opinião: Fun Home (Alison Bechdel)


Título: Fun Home
Autor: Alison Bechdel
Edição: Teorema

Título Original: Fun Home
Tradução: Duarte Sousa Tavares
Género: Banda Desenhada
Ano: 2012 | Original: 2006
PVP 16,60€ | Páginas: 240

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Livro do ano de New York Times, LA Times, Guardian, London Times, Salon e Amazon.


Recolhendo desde 2006 dezenas de prémios e distinções um pouco por todo o mundo, Fun Home é um best-seller internacional que, sob a forma de novela gráfica, narra a vida da autora, Alison Bechdel, e mais concretamente a complexa relação que manteve com o seu pai, um professor que geria uma casa funerária e tratava os móveis «como se fossem filhos e os filhos como se fossem móveis».

Desde cedo, Alison assume-se como o completo oposto do pai. À sua irreverência estética e atracção por objectos simples e funcionais, o pai responde com um autocontrolo extremo e um quase obsessivo cuidado com detalhes. Como a própria conclui, ela é masculina e ele feminino. E, no entanto, quando, na adolescência, Alison se assume lésbica, descobre que também o seu pai era gay.

Algumas semanas depois, este morre atropelado por um camião, um acidente que deixa Alison desconfiada de suicídio e para sempre sem resposta às questões da sua estranha e solitária infância. A reflexão que daí resulta dá então lugar a este Fun Home.

Organizado de forma não-linear, o livro acompanha ilustrações relativamente simples com várias alusões literárias (Proust, Camus, Fitzgerald) e uma linguagem densa e negra, pouco adequada a quem procure, por exemplo, uma leitura descontraída. De facto, Fun Home é, no seu todo, um trabalho sério, de enredo minimalista. Não sendo, na opinião deste leitor, tão bom quanto o muito semelhante Persépolis, é, ainda assim, uma obra interessante.


PÚBLICO-ALVO
Fãs de novelas gráficas com temas adultos, à semelhança de Persépolis. São, de resto, muitas as semelhanças entre os dois livros, já que ambos constituem registos autobiográficos das respectivas autoras. Fun Home assume, contudo, um registo mais sóbrio e literário que Persépolis, e tanto o seu género de humor como os temas nos quais se centra (morte, amor e homossexualidade) podem não agradar a todos os gostos.


Texto: Tiago Matos


Artigo publicado na edição #14 da Revista 21

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