sábado, 25 de Agosto de 2012

Perfil: Lana Del Rey


Se lhe perguntassem, preferia escolher uma vida normal em vez da música. Brilhante, inquietante, entediante, frustrante e extraordinária. As opiniões dividem-se. Conheça o fenómeno da contralto Lana Del Rey.

Texto: Mariana Carvalho

B. I.
Nova-iorquina e filha de um empresário de sucesso, nasceu Elizabeth Woolridge Grant, em Lake Placid. Estudou Filosofia na Universidade de Fordham e a sua vida divide-se agora entre Londres, Nova Iorque e Glasgow.

Heterónimos
Para além de Elizabeth «Lizzy» Grant, já foi Lana Rey Del Mar, May Jailer e Sparkle Rope Jump Queen. Agora apresenta-se como Lana Del Rey. Explica que adoptou o nome Del Rey de um amigo seu da Flórida, de quem gosta muito.

Gangsta Nancy Sinatra
É como a tímida e extravagante boneca se descreve. Por trás da sua postura sedutora e provocante, encontra-se uma presença contida junto dos media e não muito confortável em espectáculos ao vivo.

Primeiros passos
Foi o tio que a introduziu ao mundo da música, ensinando-lhe a tocar guitarra. Aos 18 anos, já dava concertos nos bares locais.

Inspirações
Diz que o seu percurso e estilo de música que compõe assumem influências de vários artistas, como Allen Ginsberg, Elvis Presley, Antony and the Johnsons, Britney Spears, Nina Simone, Kurt Cobain (e Nirvana), Leonard Cohen, Bob Dylan e The Beach Boys.

Colégio interno
Não era, de modo algum, uma good girl nos seus tempos de adolescente. «Bebia muito. A certa altura, meti-me em sarilhos e fui mandada pelos meus pais para um colégio interno», revelou à Rolling Stone.

10 mil dólares
Foi o valor do primeiro contrato discográfico que assinou, ainda com o seu verdadeiro nome, quando tinha apenas 20 anos. No entanto, o álbum que concebeu foi rejeitado pela editora e nunca viu a luz do dia.

Álcool e drogas
Lana não lidou da melhor forma com a rejeição. «Quase sem abrigo, em reabilitações de álcool e drogas. Foi assim a minha vida nos últimos cinco anos», revelou à Vogue numa entrevista recente, orgulhando-se, contudo, de já ter ultrapassado esses problemas: «Endireitei-me depois disso. Há muitos anos que não bebo álcool». Apesar da moderação, a cantora diz que sabe que todos a esperam ver descarrilar. Esse é, aliás, um dos temas centrais de algumas das suas músicas.

Kill Kill
Apesar do insucesso inicial, Lana acabou por assinar um novo contrato com uma pro-dutora independente, a 5 Point Records. Foi lá que produziu o seu primeiro EP: Kill Kill.

Lana Del Ray a.k.a. Lizzy Grant
Foi o nome do primeiro álbum profissional que lançou, em Janeiro de 2010, ainda sob o nome de Lizzy Grant (e ainda com «Ray» em vez de «Rey» no título). Tinha a esperança de obter o que nunca tinha conseguido: sucesso. No entanto, o álbum passou completamente despercebido de toda a gente, sendo afastado do iTunes pouco depois da estreia. Foi a própria Lana que, antevendo o flop, ordenou que o trabalho fosse retirado por inteiro do mercado, de modo a pensar e investir «numa nova estratégia».

Born To Die
O segundo álbum de Lana funcionou, para muitas pessoas, como álbum de estreia. Nele, as incidências pessoais da cantora reflectem-se em todos os temas, sendo apresentadas inúmeras lamentações, amores perdidos e amantes cruéis numa atmosfera melodramática.

Controvérsias
Enquanto a Slant Magazine considerou Born To Die um dos mais coesos álbuns pop dos últimos anos, o The independent disse ser apenas um álbum de variações sobre o mesmo tema. O sítio Pitchfork partilhou da mesma opinião, considerando-o um «orgasmo fingido».

The perfect buzz topic
Já os bloggers idolatram Lana Del Rey. Diz-se que a cantora é um dos nomes que mais gera visualizações on-line, independentemente do tema da publicação ou da hora do dia.

Cheryl Cole
Também a famosa cantora de Newcastle descreveu Lana Del Rey como um supertalento, ao ponto de a ter convidado a participar como compositora no seu álbum A Million Lights, de onde surgiu «Ghetto Baby».

Milhões de visualizações
Apesar de algumas críticas, o vintage sound que criou ligou-a inteiramente ao público e o sucesso de Born To Die foi estrondoso, logo após o lançamento. A música «Video Games» atingiu mais de 20 milhões de visualizações no YouTube e «Blue Jeans» cerca de 6 milhões.

Interscope
Foi ignorada durante quase seis anos, não conseguia actuações, não conseguia que as rádios passassem as suas músicas e ninguém queria fazer contratos com ela. No entanto, agora que tem um contrato com a Interscope, produtora de Lady Gaga, é falada e até demasiado criticada por estar sempre na boca do mundo.

Saturday Night Live
Grande parte das críticas surgiu depois de ter sido considerada responsável pelo pior concerto da história do SNL, poucos dias antes de lançar Born To Die. O medo paralisou-lhe a voz e a expressão corporal, tendo sido posteriormente comparada a uma miúda de 12 anos que canta no próprio quarto com o sonho de um dia vir a ser cantora.

David Letterman
Foi o responsável por salvar a má reputação que Lana teve no SNL. Os seus desempenhos no programa de David Letterman devolveram brilho à sua imagem, fazendo com que Born To Die fosse um êxito de vendas.

Da noite prò dia
E assim surgiu uma das figuras mais controversas da música americana. Depois de se lançar nas redes sociais, foi tema em todas as revistas e jornais, sempre acompanhada de críticas intrigantes. Entretanto, os grandes lábios, cabelo e a excentricidade da sua personalidade tornaram-na uma autêntica sensação da Internet.

Botox
Por falar em lábios, Lana não confirma nem desmente o botox, diz apenas que os seus lábios «carnudos» não são assim tão grandes como parecem. Justifica que se devem a um exagero digital, feito propositadamente para o clip de «Video Games».

NEXT Model Management
Em Janeiro deste ano, Lana assinou contrato com a reputada agência de modelos NEXT e, mais recentemente, a marca H&M escolheu-a como cara e corpo da sua actual coleção de Outono, fazendo com que a cantora esteja ainda mais presente nas ruas e nas revistas.


Artigo publicado na edição #12 da Revista 21

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