terça-feira, 25 de Março de 2014

Director da RTP comenta contestação ao Festival da Canção


«“Podemos discutir sistemas de votação, podemos discutir muita coisa, mas ninguém entrou no festival não conhecendo as regras e é muito importante que isto se saiba”, afirmou o diretor de programas da RTP, Hugo Andrade, em entrevista ao jornal Hardmúsica, dando resposta às críticas em torno do sistema de votação do Festival da Canção 2014, que levou à vitória de Suzy com mais de 40% dos votos.

O responsável da estação pública recorda já ter assistido a diversos métodos de votação “e sempre houve contestação”. E acrescenta: “O festival desperta muita paixão, há clubes de fãs, movimentos organizados. Das experiências que tenho de Eurovisão, são milhares de pessoas que vêm de todo o mundo, fãs do festival que se juntam e que fazem festas e que sabem tudo sobre o festival! Ainda bem que existem, pois o festival é feito para essas pessoas”.

Andrade afirma-se disposto a ouvir diferentes opiniões, dando um exemplo. “Recebi um e-mail de um espetador com uma reflexão que fez sobre o festival, sobre os sistemas de votação e sobre sistemas de candidaturas. Li com muita atenção e pretendo responder-lhe, pois tem uma reflexão bem feita. Acho que podemos fazer muitas coisas com reflexões calmas e não reativas, porque eu e a RTP queremos que o festival seja uma festa."

Sobre o critério de seleção dos 10 compositores do FC2014, Hugo Andrade explica que o critério de convite passou por selecionar nomes que nunca tinham participado no concurso, nomes que já ganharam o festival e outros que, não tendo ganhado, participaram com sucesso.

Sobre os métodos de seleção que passam por candidaturas abertas a compositores e artistas, Andrade tem uma opinião discordante: “Quando abrimos candidaturas ao público, o festival decresce de qualidade. Quando abrimos a toda a gente, é mesmo toda a gente, e queremos que também participem os artistas. Mas quando fazemos isso, os artistas não se candidatam, os projetos que nos aparecem têm menos qualidade. Então se queremos ter mais qualidade não abrimos a toda a gente”.

Para as próximas edições, possivelmente já em 2015, Hugo Andrade pensa em voltar ao método de convites, como em 2014. “O que vou voltar a fazer, e já fizeram outros diretores, é falar com os artistas, os mais conhecidos, para ver se eles entram no festival porque todos eles têm sempre uma música. Portanto vou fazer um processo de sensibilização”.

Contudo, “o festival não é - e ainda bem - a marca que era há alguns anos atrás, mas o Eurovisão tem um potencial brutal para os artistas portugueses! As pessoas têm de ter noção que estão a cantar para 200 milhões de pessoas, estão a cantar para mercados onde ainda se vendem muitos discos. Na Europa de Leste ainda se vende muitos discos e as pessoas perceberem que há ali um mercado que abre umas portas de projeção internacional. Quando perceberem que quantos melhores valores tivermos para apresentar melhor, e se todos remarmos para o mesmo lado, então é possível fazer do festival uma grande festa, mais consensual e fazer do Eurovisão uma grande oportunidade”.»

Via ESC Portugal.

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