Revista 21

«No final de cada ano, também a indústria cinematográfica norte-americana faz a sua contabilidade, verificando quais foram as superproduções que fizeram ou perderam dinheiro, os filmes mais modestos que foram agradáveis surpresas de bilheteira, os sucessos comerciais mais inesperados e os fracassos mais rotundos. Apesar de as receitas totais de venda de bilhetes terem subido 1% neste ano em relação às de 2012, com um total de 10,9 mil milhões de dólares (cerca de oito mil milhões de euros), houve também um sinal de alarme. No ano passado, e pela primeira vez em Hollywood, quatro filmes deram prejuízos acima dos cem milhões de dólares (cerca de 73 milhões de euros) cada um.

Foram eles:

• O Mascarilha, de Gore Verbinski, com 120 milhões de dólares (87 milhões de euros) no vermelho, o que levou ao final da longa associação da Walt Disney com o produtor Jerry Bruckheimer, responsável, entre outros, pela multimilionária série de filmes Piratas das Caraíbas; 
• R.I.P.D.: Agentes do Outro Mundo, de Robert Schwentke, com 115 milhões de dólares (84 milhões de euros); 
• Jack, o Caçador de Gigantes, de Bryan Singer, com 101 milhões de dólares (73 milhões de euros); 
• 47 Ronin, de Carl Rinsch,estreado no Natal e ainda em cartaz, mas que se prevê vá perder na casa dos 150 milhões de dólares (109 milhões de euros) no final da sua vida comercial nos cinemas.

Mesmo tendo em conta que os filmes de Hollywood se rentabilizam cada vez mais no mercado internacional, e que os lucros do mercado da Ásia, nomeadamente de uma China cada vez mais voraz por filmes made in USA, podem levar, nalguns casos, a que "um filme que aparente ser um fracasso de bilheteira a olhos norte-americanos seja na verdade um sucesso global", como escreve o jornalista Stephen Marche na revista Esquire, isso não anula o facto de que em 2013, Hollywood teve um recorde de fracassos de bilheteira em grande escala. E tal sucedeu num ano em que, segundo os especialistas na análise dos números da indústria cinematográfica dos EUA, foram estreados pelos grandes estúdios 28 superproduções com orçamentos de mais de cem milhões de dólares (73 milhões de euros), contra apenas quatro em 2000.»

Via Diário de Notícias.