Está já em cena O Pelicano, de August Strindberg, uma encenação de Rogério de Carvalho, com Teresa Gafeira e Pedro Lima nos principais papéis. A peça estará em cena no Teatro Municipal Joaquim Benite, em Almada, até 6 de Outubro.
A criação da Companhia de Teatro de Almada (CTA), recebida com entusiasmo na antestreia de Julho deste ano, no âmbito do Festival de Almada (a pedido do público, foi agendada uma sessão extraordinária), representa o regresso de Teresa Gafeira às estreias e um duplo regresso também, de Rogério de Carvalho: a Strindberg, autor que abordou na sua primeira colaboração com a CTA, em 1986, com A menina Júlia; e ao tema que tem prevalecido nas suas escolhas de encenação, o das relações familiares como espelho das relações sociais.
Uma das quatro «tragédias de câmara» que Strindberg escreveu em 1907, O Pelicano estreou-se nesse mesmo ano, no Teatro Íntimo, a pequena sala de Estocolmo que o dramaturgo sueco fundou e geriu nos que haviam de ser os últimos anos da sua vida, para aí fazer o seu teatro de texto, desligado do artifício.
Confira abaixo a sinopse da peça:
O Pelicano retrata uma mãe (Teresa Gafeira) que, ao invés do pelicano proverbial – o qual, reza a lenda, alimenta as suas crias com o próprio sangue – sonega aos seus filhos comida e amor. A monstruosidade da mãe e a carga dramática que perpassa toda a obra – a peça condensa a acção, de forma a maximizar e pôr em evidência o conflito entre as personagens – levou a que fosse por vezes considerada uma peça alegórica e excessiva. Mas esta obra é, na realidade, o exemplo acabado do programa artístico de Strindberg, de “um realismo maior”, de um teatro que abandona as convenções aristotélicas, as minúcias de caracterização das personagens, a coerência narrativa e a verosimilhança em prol da exposição rápida e eficaz do Conflito.Os bilhetes custam entre 6 e 13 euros e podem ser reservados aqui ou através do número 212 739 360.
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