«Brasilien.13 Caixas, que teve estreia internacional na terça-feira e continua em cartaz no Sesc Pompeia, é uma verdadeira exposição humana. A montagem criada pela alemã Karin Beier toma como referência os "jardins zoológicos humanos" realizados no final do século XIX, que exibiam pessoas de etnias diferentes encontradas por colonialistas europeus em terras estrangeiras, tidas como excêntricas por eles.
Brasilien.13 Caixas também incorpora estudos sobre teuto-brasileiros feitos por Beier, que viajou pelo Sul do Brasil entrevistando descendentes de alemães. O resultado dessa pesquisa serviu de base para os actores, que encarnam os entrevistados alojados em 13 vitrinas individuais, microcosmos dos seus universos particulares.
Nesta "mostra" realizada por actores brasileiros (Alexandre Krug e Mariana Senne) e alemães, o espectador tem autonomia para fazer o seu próprio percurso, munido de auriculares para ouvir relatos surpreendentes.
Beier pensou que encontraria no Brasil teuto-brasileiros transformados pela mescla de etnias que compõe o país. Ela levou um choque quando se deparou com uma comunidade, segundo conta, mais fechada e tradicional do que é possível encontrar na Alemanha.
"A vida deles é museológica. Eles vivem, a meu ver, num mundo paralelo à realidade. Apesar de pertencerem à sexta geração de alemães no Brasil, muitos ainda falam mal o português. São fechados, só se casam entre eles", diz a encenadora, que dirige o maior teatro da Alemanha, o Deutsches Schauspielhaus de Hamburgo.»
Via Diário Digital.
0 comentários:
Enviar um comentário