sábado, 29 de Junho de 2013

Juvenal: "O tamanho da inveja do pénis importa"


A carta de condução está acessível a qualquer cidadão que tenha mais de dezoito anos e a escolaridade mínima, que julgo ser o 9.º ano e até podia ir procurar mas deixei isto para a última porque saíram as demos do FIFA e do PES e a pessoa tem de saber o que comprar e depois distrai-se nisto das prioridades com demasiada facilidade e depois gosta de culpar o Estado e os outros, mediante a aprovação em exame. A tendência, como já se faz na Suécia onde eu já estive e vi com estes olhos que a terra há-de comer, é a inclusão de um exame extra, unicamente para as mulheres, que meça o grau de inveja do pénis (GIP). O GIP varia entre dois extremos conhecidos. Sendo que, se um é apenas teórico (é o bosão de Higgs, o Big Foot, o monstro do Loch Ness e a vitória limpa do Benfica do GIP), o outro é encontrado com regularidade no Purex, em estado puro nas noites de terça-feira, onde gira apenas o último álbum de Bikini Kill, se faz braço-de-ferro ao balcão e os pintelhos fazem as farturas mudar de nome para minguas.

A incapacidade de conduzir das mulheres é lendária e genética e nós, homens que mandamos na sociedade porque essa foi a vontade de Deus, ainda as deixamos tirar a carta de condução e fazer um monte de outras coisas que desafiam claramente a vontade do Senhor e que se Ele descobre ainda nos corta o Facebook e apenas nos deixa ir à Internet ao fim-de-semana. Vai daí, a mulher, pouco contente com esta dádiva dos Céus e a tresandar a inveja do pénis, começou logo a inventar. A ultrapassar tipo enguia, de preferência sem piscas, e a arranjar o cabelo no espelho que devia ser retrovisor e a falar ao telemóvel e a ter inveja do pénis, a ir até ao fim pela faixa de aceleração e meter mesmo no fim e ainda fazer cara de cu e a ter inveja do pénis, a ir na faixa da direita como quem vai para Almada quando se vem da Costa para Lisboa e fingir que se enganou e meter pisca (que se deve manter um exclusivo apenas dos novos ricos dos Mercedes e BMWs tostados - os novos ricos, não os Mercedes e os BMWs - dos solários e da praia em hora de cancro) e fazer cara de cu e a ter inveja do pénis, a alterar as regras da entrada alternada para entrada alternada apenas se se for homem que «eles a mim não me fodem» e fazer aquela cara de cu de quem finge que não vê e a ter inveja do pénis.

O tamanho pode não importar, mas o tamanho da inveja do pénis importa e bem.

Por: Juvenal

Crónica publicada na edição #02 da Revista 21

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