«Em 1988, Bruce Springsteen deu um dos maiores concertos no Leste da Alemanha. O jornalista Erik Kirschbaum afirma que a estrela rock inspirou uma geração inteira a lutar pela sua liberdade – o que poderá ter influenciado a queda do Muro de Berlim, revela a ABC News.
Para ouvir o norte-americano Springsteen estavam cerca de 300 mil pessoas, o que representou o concerto com maior assistência de sempre do ídolo norte-americano. Kirschbaum afirma no livro Rocking the Wall que a população alemã esperava há muito uma mudança, o direito à liberdade, e Springsteen incitou os fãs a lutarem pelos seus direitos.
“Posso dizer que praticamente toda a Alemanha do Leste, com idades compreendidas entre os 18 e os 35 anos, estava no concerto de Springsteen ou viu-o na televisão”, declarou Kirschbaum à revista alemã Spiegel. “Foi um momento inacreditavelmente intoxicante para eles – muitos nunca tinham tido a oportunidade de se divertirem tanto inseridos numa multidão”.
Kirschbaum defende que o concerto de Springsteen foi o espectáculo mais politicamente correcto que alguma vez viu. O jornalista chega a fazer um apelo aos historiadores, no sentido de investigarem mais aprofundadamente a influência do ícone norte-americano na revolução alemã.
A narrativa de Kirschbaum indica os artistas norte-americanos como dos principais responsáveis pela alteração da ideologia dominante na República Democrática da Alemanha ao longo da década de 1980. Um acontecimento que demonstra exactamente isso foi o facto de a Juventude do Partido Comunista alemão (FDJ) ter convidado Springsteen para integrar o órgão enquanto porta-voz, no sentido de mobilizar os jovens.
Em 1987, as forças policiais foram obrigadas a dispersar os cidadãos da Alemanha do Leste que se encontravam demasiado próximos do Muro porque queriam ouvir os concertos de David Bowie, Genesis e dos Eurythmics que decorriam do outro lado, na República Federal da Alemanha. Algumas colunas de som estavam apontados de propósito para Leste, com o objectivo de serem ouvidos no lado comunista.»
Via Público.
0 comentários:
Enviar um comentário