Revista 21

À primeira vista parece um daqueles romances saturados que juntam um toque de comédia, habitualmente protagonizados por Hugh Grant ou Julia Roberts, e dos quais já estamos todos mais que enjoados de ver. Mas Silver Linings Playbook é muito mais que isso, e desde cedo se revela um óptimo exemplo de que não devemos julgar um livro (ou um filme) pela capa (ou pelo trailer, género ou sinopse).

O enredo é resumível numa simples frase: dois lunáticos procuram conforto um no outro. Porque, na sua base, é essa a premissa. Mas se adicionarmos um grande elenco e um fantástico guião, temos um dos mais sérios candidatos a melhor filme do ano. Aliás, não sendo um vencedor (ou sequer um nomeado) tradicional, a verdade é que, este ano, o Óscar não lhe ficava nada mal.

E tudo graças às personagens. Estas, apesar de psicologicamente perturbadas, estão tão bem estruturadas na acção que nunca perdemos a noção dos seus objectivos pessoais. É uma das mais básicas fórmulas de uma boa história, mas vê-se aqui cumprida de forma especialmente eficaz, tornando Silver Linings Playbook um dos mais interessantes filmes de 2012.

Texto: Tiago Matos

Artigo publicado na edição #18 da Revista 21