[Óscares 2013] Aposta: Melhor Filme

A 85.ª edição dos Óscares distingue uma vez mais, na sua mais cobiçada categoria, uma série de bons filmes que prometem agradar à maioria dos cinéfilos. É curioso, porém, verificar que, apesar de ser um lote mais homogéneo que o de 2010, não tem à partida, pelo menos do sempre subjectivo ponto de vista da qualidade, um claro vencedor, como The Artist em 2011.

É nestas edições que as escolhas se revelam especialmente cautelosas ou «políticas». Na dúvida, já se sabe que os membros da Academia optam sempre pelo mais seguro, e entre as escolhas possíveis, com Steven Spielberg a cargo e um símbolo do patriotismo americano como figura central, não há mais seguro que Lincoln. Que por sinal até é o filme mais fraco de todos os nove.

Pode-se também pensar em Argo, um cavalo que partiu de trás mas que tem atraído cada vez mais atenções, só que a escandalosa ausência de Ben Affleck do lote de nomeados para melhor realizador vem refrear um pouco as expectativas.

Por último, existe a possibilidade de se repetir 1991, ano em que os votantes se dividiram de tal forma entre os favoritos JFK e Bugsy que o Óscar foi parar a The Silence of the Lambs. Nesse caso, teríamos Life of Pi, Les Misérables e Silver Linings Playbook com possibilidades de surpreender.

Esta contextualização vem a propósito da nossa aposta para a categoria, que na verdade tem menos de aposta que de vontade. Afinal, se ainda existe lógica na escolha da Academia, Life of Pi não sairá vencedor. Apenas achamos que, mais não seja pela ambição, seria o mais merecedor. Mas é melhor repetir: se joga a dinheiro com estas coisas, vá por Lincoln ou Argo. É o mais seguro.

Uma última nota para os habituais esquecidos da Academia, que podia muito bem ter juntado a este lote de nomeados filmes como Moonrise Kingdom, Cloud Atlas, The Perks of Being a Wallflower e até The Dark Knight Rises. O Batman não merece uma única nomeação? The Avengers teve uma...




Texto: Tiago Matos

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