«Como não usar o Twitter: Lana Del Rey não gostou da polémica em torno da entrevista que deu ao The Guardian, onde é referido o seu desejo de morrer nova. Em reposta, publicou, na quinta-feira à noite, tweets pouco simpáticos, mencionado o respetivo jornal e o suposto autor da peça. Suposto, uma vez que Lana esqueceu-se de quem a entrevistou durante mais de uma hora, tendo confundido o nome. Entre as acusações, a artista argumentou que a questão que originou a polémica foi calculada e que se sentiu pressionada a dar a entrevista, da qual se arrepende. Os tweets foram, entretanto, eliminados.
“Quem me dera já estar morta”, é assim que começa a entrevista dada ao The Guardian. O autor, Tim Jonze, cita a artista e explica o contexto: a cantora estava a falar dos seus heróis, Amy Winehouse e Kurt Cobain incluídos, quando o jornalista recorda o elo em comum entre ambos, a morte prematura. Por essa razão, questiona-a sobre se o evento trágico tem algo de glamoroso. O “não sei” de Lana é precedido pelo então desejo de morte. Bastou este excerto do artigo, publicado a 12 de junho, para gerar uma controvérsia de grandes proporções.
Esta não é a primeira vez que um artista se arrepende do que disse em entrevista, recorda o Guardian, em resposta às acusações. No artigo Lana Del Rey tem um problema com a nossa entrevista… mas porquê?, o autor defende-se. “Além do facto de Lana não se lembrar de quem realmente a entrevistou [confundiu Jonze com o crítico de música e jornalista Alexis Petridis], há uma série de coisas sobre os seus comentários que me soam um pouco duvidosos. Ela pode não ter querido fazer a entrevista, mas certamente não me deu a entender isso – foi uma agradável companhia durante os 70 minutos que passámos a conversar”.
Tim Jonze explica que não é simpático perguntar a uma pop star sobre a ideia de se morrer jovem. Uma questão obscura, por certo, mas não determinante. “Ela teve todas as oportunidades para responder que não”, diz, lembrando que são poucos os motivos de queixa, tendo em conta que Lana estava a falar dos ícones musicais que cedo desapareceram, que apelidou o álbum de estreia Born To Die e que passou os 50 minutos anteriores à dita questão a explicar como era miserável.
Caso o desejo se cumprisse, Lana, que [fez] 28 anos este sábado, poderia assim juntar-se ao Clube dos 27, do qual fazem parte diversos artistas musicais falecidos aos 27 anos, como os ícones por ela mencionados – Amy Winehouse e Kurt Cobain.
Apesar da controvérsia, o jornalista admite gostar genuinamente do trabalho de Lana Del Rey, bem como da sua história de vida, que envolve momentos de pobreza, companhias duvidosas e a extrema mediatização da sua personagem enquanto cantora.»
Via Observador.
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