Odiado por uns, divinizado por outros, Marilyn Manson chocou o mundo, nos anos 90, com canções agressivas e comportamentos extravagantes. Na edição #03 da Revista 21 desvendámos alguns dos segredos desta controversa personalidade. Conheça-os de seguida.
Texto: Susana Veríssimo
Brian Warner
Marilyn Manson nasceu em Ohio, no ano de 1969. O seu verdadeiro nome é Brian Hugh Warner. Filho de um casal cristão, tem descendência alemã por parte do pai.
Abuso sexual
A infância de Manson não foi das mais comuns. Molestado várias vezes por um vizinho, descobriu também que o seu rígido avô era adepto de sadomasoquismo, travestismo e bestialidade. Utilizando parte dos materiais que encontrou dele, criava revistas de sexo para vender aos seus colegas de escola.
Anticristo
Manson foi educado segundo a doutrina episcopal. Até ao 10.º ano de escolaridade, estudou inclusive numa escola cristã. Foi aí que cresceu o seu ódio em relação ao Cristianismo: «Percebi desde cedo que os cristãos eram pessoas que acreditavam que a sua interpretação de Deus era a única possível e correcta.»
Satanás
A má infância de Manson tornou-o cada vez mais revoltado, refugiando-se, finalmente, em Satanás: «Inicialmente, quando nos rebelamos, vamos para as escolhas mais óbvias, como heavy metal ou Satanismo. Para mim, Satanás representa rebelião. Lucifer era o anjo que foi expulso do céu porque queria ser Deus. Haveria melhor personagem que esse para me identificar?»
Curar pela fé
Aos 14 anos, Manson conheceu Ernest Angley, um homem que curava pela fé e tinha até um programa na televisão. Manson foi a uma das suas cerimónias de cura e o que viu influenciou-o a ser artista: «Era o ambiente perfeito para fazer lavagem cerebral. As pessoas atiravam-lhe dinheiro para o palco e ficavam loucas. Era assustador como um espectáculo de terror. Foi, em parte, isso que me inspirou a querer ser músico.»
Jornalista
Quando terminou os estudos, e após ser despedido de uma loja de música, Manson tornou-se jornalista, escrevendo para uma revista de música local. Aí teve oportunidade de entrevistar vários artistas, entre os quais Trent Reznor, dos Nine Inch Nails, que havia de produzir os seus três primeiros álbuns. Manson entretinha-se também a escrever poemas e histórias.
The Spooky Kids
As suas influências musicais vão de David Bowie a Alice Cooper, passando por Iggy Pop, mas foi inspirado nos KISS e nos Black Sabbath que decidiu finalmente formar uma banda, à qual deu o nome de Marilyn Manson & The Spooky Kids.
Marilyn Manson
O nome Marilyn Manson que Brian assumiu nasceu da mistura dos nomes da ícone sexual Marilyn Monroe e do serial killer Charles Manson. Brian juntou os nomes de forma a mostrar que todas as pessoas têm uma parte boa e uma parte má: «A Marilyn Monroe tinha um lado negro, tal como o Charles Manson tem um lado bom e inteligente». Todos os restantes elementos da banda tinham nomes que seguiam os mesmos padrões.
Olhos Caninos
Para além de assumir um novo nome, Manson adoptou também um novo estilo. Desde aí, os seus olhos são quase sempre de cores diferentes, como tributo a um cão que teve quando era pequeno e que era cego de um olho. O cão foi mais tarde morto pelo vizinho de Manson.
Satan on Fire
Ao mesmo tempo que desenvolviam os Marilyn Manson & The Spooky Kids, Manson e o baixista Twiggy Ramirez tiveram outro projecto, menos conhecido, onde invertiam os papéis: Manson era o baixista, Twiggy o cantor. Com o nome Satan on Fire, eram uma banda de death metal cristão, que chegou a tocar em clubes do género, com o intuito de causar distúrbios, e teve inclusive uma música a passar na rádio local.
Reverendo
Manson tornou-se rapidamente famoso, graças ao seu aspecto controverso e às mensagens de oposição ao Cristianismo que incluía nas suas músicas. Logo que ouviu falar dele, o satânico Anton Szandor LaVey nomeou-o reverendo da sua Igreja de Satanás.
Em palco
Nos concertos dos Marilyn Manson, o cantor queimava a Bíblia e apelava ao consumo de drogas e álcool. Eram frequentes os espectáculos com mulheres nuas presas numa cruz, crianças enjauladas e pedaços ensanguentados de animais. Também a sátira a Cristo era frequente, com Manson a incentivar o público a aceitar Satanás. Com estas práticas, foi causando tal polémica que chegou a ser proibido de actuar em mais de uma dezena de Estados, nos EUA.
O massacre
Em 1999, após o massacre da escola de Columbine, no qual dois estudantes assassinaram 13 pessoas antes de se suicidarem, os media atacaram vigorosamente o cantor, acusando-o de incitar os jovens à violência com a sua música. Mais tarde, não só foi provado que os jovens em questão nem eram fãs de Manson, como a imagem do cantor acabou por sair beneficiada com a exposição: com as várias entrevistas que lhe foram feitas, o público constatou que, por trás de uma aparência extravagante, Manson era na verdade um homem «normal». O seu tema «The Nobodies» foi directamente inspirado no caso.
As mulheres
Um dos relacionamentos que deu que falar foi o casamento de Marilyn Manson com a pin-up Dita Von Teese. O casamento, celebrado como num conto de fadas, durou apenas dois anos, já que Manson a traiu com a actriz Evan Rachel Wood. Antes de o cantor se apaixonar por Dita, já tinha sido noivo da também actriz Rose McGowan.
Sexo em vídeo
O vídeoclipe de «Heart-Shaped Glass» é um dos mais polémicos de sempre. Nele, Manson e Evan Rachel Wood surgem a fazer sexo numa exibição bastante realista. Ainda que a actriz negue que fizeram realmente sexo para o vídeo, Manson não o desmente. O vídeo foi banido um pouco por todo o mundo.
Fumar ossos
Manson afirma na sua autobiografia que ele e o colega Twiggy estavam tão drogados uma vez que foram a um cemitério buscar ossos a uma campa e fumaram-nos com um cachimbo. Depois de cumprirem esse feito passaram mal a noite…
Colecções
Manson guarda em sua casa uma colecção algo invulgar: olhos de vidro, membros artificiais e outros tipos de próteses. Também colecciona lancheiras de metal clássicas.
Willy Wonka
Manson estreou-se como actor no filme Lost Highway, de David Lynch. A partir daí foi chamado para várias outras participações, como em Party Monster, Rise ou Born Villain. O seu filme favorito é Willy Wonka & The Chocolate Factory, de 1971 e, curiosamente, foi em Manson que Johnny Depp se inspirou para o seu próprio Willy Wonka, no remake de 2005.
Pinturas
Para além da música, da escrita e do cinema, Manson também se dedica à pintura. As suas obras chegaram a estar expostas no Los Angeles Contemporary Exhibitions Museum. Algumas das suas pinturas foram vendidas a celebridades como Dave Navarro, Andy Dick, Nicolas Cage e Jack Osbourne.
Movimento
Ainda na pintura, Manson tem um movimento artístico próprio, o Celebritarian Corporation. O lema do movimento, cunhado pelo próprio é: «Vendemos a nossa sombra a todos os que se incluam no seu interior.»
Absinto suíço
Manson lançou uma marca de absinto suíço chamada Mansinthe. Parte da crítica recebeu-a bastante mal, afirmando que cheirava a àgua do esgoto e sabia a urina. Contudo, ganhou a medalha de ouro numa competição mundial de bebidas alcoólicas.
Artigo publicado na edição #03 da Revista 21
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