segunda-feira, 3 de Dezembro de 2012

Prémios do Cinema Europeu 2012: Vencedores


«Amour, do austríaco Michael Haneke, foi o vencedor incontestado da 25ª edição dos Prémios do Cinema Europeu, conquistando as quatro categorias principais: melhor filme, melhor realizador, melhor actor (Jean-Louis Trintignant) e melhor actriz (Emmanuelle Riva).

O filme de Haneke, centrado num casal de professores de música reformados, ambos octogenários, cuja vida se complica quando a mulher sofre uma trombose, já vencera o Festival de Cinema de Cannes, e foi o escolhido para representar a Áustria nos candidatos a Óscar de melhor filme estrangeiro, sendo de admitir que a Academia de Hollywood o possa vir a nomear também para as categorias principais.A longa-metragem teve ante-estreia em Portugal no Estoril Film Festival.

Entre os restantes nomeados para melhor filme contavam-se César Deve Morrer, dos irmãos Tavianni, Jagten [A Caça], do dinamarquês Thomas Vinterberg, que foi nomeado para cinco prémios, mas só recebeu o de melhor argumento, e Shame, do britânico Steve McQueen, que ganhou os prémios de melhor fotografia e melhor edição, mas que viu fugir para Amour não apenas o prémio de melhor filme, mas também os de melhor realizador e actor. Michael Fassbender, protagonista de Shame, era um concorrente de peso, mas não conseguiu competir com o regresso do octogenário Jean-Louis Trintignant. Outro nomeado para melhor actor era Gary Oldman, pela sua encarnação de George Smiley, a mais notável personagem criada por John Le Carré, em A Toupeira (Tinker Tailor Soldier Spy), de Tomas Alfredson, que recebeu o prémio para a melhor direcção artística.

Também Emmanuelle Riva, mais de meio século após ter comovido o mundo com a sua interpretação em Hiroshima, Meu Amor, de Alain Resnais, regressou em grande neste filme de Haneke. Entre as rivais que bateu em La Valetta incluía-se, pelo seu papel em O Deus da Carnificina, de Roman Polanski, a actriz britânica Kate Winslet, detentora de um Óscar de melhor actriz.

Já o prémio do público recaiu numa obra que não estava sequer nomeada para melhor filme e que não recebeu qualquer prémio dos votantes da Academia de Cinema Europeu: Hasta la Vista, do belga Geoffrey Enthoven, uma espécie de road movie protagonizado por três amigos (um quase cego, outro paraplégico, e um terceiro que sofre de uma doença degenerativa em fase terminal) que partem em viagem decididos a divertir-se e,pelo caminho, a perder a virgindade.

O suíço Manuel von Stürler venceu o prémio para o melhor documentário com Hiver Nomade, um filme sobre o fenómeno da transumância, o checo Tomas Lunak recebeu o prémio para melhor filme de animação com Alois Nebel, e Kauwboy, do holandês Boudewijn Koole, foi distinguido com o prémio para a melhor primeira obra.

Na cerimónia de sábado à noite foram ainda homenageados, com prémios especiais de carreira, a actriz inglesa Helen Mirren e o cineasta italiano Bernardo Bertolucci.»

Via Público.

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