sexta-feira, 25 de Julho de 2014

Ana Moura vence Prémio Amália 2014



«A versão ao vivo do disco Desfado, de Ana Moura, gravado no festival de fado de Alfama em Setembro de 2013, venceu o Prémio Amália para o Melhor Disco do Ano.

“O júri decidiu atribuir o prémio a este álbum pelo que ele encerra de qualidade poética, musical e interpretativa” – lê-se no comunicado enviado à Lusa –, mas também para “ brindar a originalidade do tema que lhe dá título e que em nada belisca a tradição, na inovação para a evolução”.

Esta é a segunda vez que a fadista Ana Moura foi distinguida com um Prémio Amália. Em 2008 recebeu o Prémio Melhor Intérprete.

Ao editor discográfico Rui Valentim de Carvalho, que morreu aos 82 anos, em Novembro passado, foi atribuído o Prémio Tributo. Ainda na área discográfica, o júri distingue o técnico de som Hugo Ribeiro, de 88 anos, com o Prémio Especial do Júri. Amália Rodrigues em várias entrevistas afirmou que “ninguém gravava melhor” a sua voz do que Hugo Ribeiro.

A Associação das Colectividades do Concelho de Lisboa foi distinguida com o Prémio Divulgação, e o Prémio Internacional é atribuído ao Ministério dos Negócios Estrangeiros de França.

Os fadistas José Manuel Barreto e André Baptista, o investigador Jorge Trigo e ainda o poeta Manuel Alegre também fazem parte do lote de distinguidos. Jorge Trigo irá receber o Prémio Edição Literária, uma novidade da edição deste ano, pela obra Ercília Costa: Sereia Peregrina do Fado, na qual traça o perfil da fadista que, na década de 1930, conquistou plateias nos Estados Unidos, Espanha, França e Brasil.

O Prémio Intérprete coube a José Manuel Barreto, de 70 anos, que começou a actuar como fadista profissional nos finais da década de 1980, ao lado de Nuno da Câmara Pereira e de Teresa Tarouca, na casa de fados Nove e Tal, em Lisboa.

O Prémio Revelação foi atribuído ao fadista André Baptista, que se estreou discograficamente com o álbum Um Fado Nasce e que editou no ano passado o CD Gentes de Fado.

O poeta Manuel Alegre, de 78 anos, de quem, entre outros poemas, Amália cantou "Meu amor é marinheiro" e "Trova do vento que passa", foi distinguido com o Prémio Autor.

Frei Hermano da Câmara, de 80 anos, é distinguido com o Prémio Carreira. O Prémio Saudade/Lembrar para Honrar foi este ano atribuído a Alfredo Marceneiro, falecido em 1981, autor de fados que continuam a fazer parte do reportório de todos os fadistas.

O fadista, guitarrista, construtor de guitarras, poeta e compositor Carlos Macedo, de 67 anos, foi distinguido com o Prémio Compositor, e a guitarrista Marta Pereira da Costa foi distinguida com o Prémio Instrumentista.

Os Prémios Amália, criados em 2005, são uma iniciativa da Fundação instituída por vontade testamentária da fadista, falecida em 1999. Este ano, o músico Tozé Brito presidiu ao júri, que foi ainda constituído pela produtora musical Conceição Carvalho, a maestrina Joana Carneiro, que em 2010 recebeu o Prémio Amália de Música Erudita, a produtora de rádio e televisão Cristina Condinho e o realizador de rádio Joaquim Maralhas.

Os prémios serão entregues no Teatro Municipal de S. Luiz, em Lisboa, numa gala a realizar no dia 6 de Outubro, precisamente quando se completam 15 anos sobre a morte de Amália Rodrigues.»

Via Público.

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