«O romance
O Sonâmbulo Amador, do escritor brasileiro José Luiz Passos, é o grande vencedor da 13.ª edição do Prémio Portugal Telecom de Literatura em Língua Portuguesa, tendo também recebido o prémio de melhor livro de romance. O anúncio foi feito nesta quarta-feira à noite numa cerimónia realizada no auditório Ibirapuera, em São Paulo, no Brasil. Os outros livros vencedores da noite foram
Essa coisa brilhante que é a chuva, de Cíntia Moscovich, na categoria de contos, e
Sentimental, de Eucanaã Ferraz, na categoria de poesia.
Entre as 12 obras finalistas estava
O Filho de Mil Homens, de Valter Hugo Mãe (Cosac Naify) que foi o grande vencedor da edição deste prémio no ano passado. Esta obra concorria à categoria de melhor romance ao lado dos escritores brasileiros Daniel Galera com
Barba Ensopada de Sangue (ed. Companhia das Letras, e que em Portugal a Quetzal irá publicar em Janeiro), Miguel Sanches Neto com
A Máquina de Madeira (ed. Companhia das Letras) e José Luiz Passos com a obra vencedora
O Sonâmbulo Amador (ed. Alfaguara).
O romance escolhido pelo júri conta a história de um funcionário da indústria têxtil pernambucana internado numa clínica psiquiátrica, cujos sonhos se misturam com acontecimentos políticos do fim da década de 1960. É o segundo romance de José Luiz Passos, contista, ensaísta e autor de uma peça de teatro que nasceu em Catende, Pernambuco, em 1971, e vive actualmente em Los Angeles, nos Estados Unidos, onde dá aulas na Universidade da Califórnia.
O livro vencedor na categoria de conto,
Essa coisa brilhante que é a chuva, de Cíntia Moscovich (Record), reúne nove contos desta escritora brasileira que nasceu em 1958, em Porto Alegre, e que tem alguma da sua obra publicada em Portugal (o livro de contos
Arquitectura do Arco-Íris e o romance
Duas Iguais na Bico de Pena por exemplo). No Brasil está presente nas colectâneas
25 mulheres que estão fazendo a nova literatura brasileira (organizada por Luiz Ruffato) e
Os melhores contos brasileiros do século (organizada por Ítalo Moriconi) e a editora portuguesa Quasi integrou-a na antologia de contistas portugueses e brasileiros,
Putas.
Cíntia Moscovich é jornalista e mestre em Teoria Literária, e tem na cultura judaica um tema recorrente do seu trabalho. A autora era finalista nesta categoria juntamente com
A Verdadeira História do Alfabeto, de Noemi Jaffe (Companhia das Letras),
O Tempo em Estado Sólido, de Tércia Montenegro (Grua Editora) e
Páginas sem Glória, de Sérgio Sant´Anna (Companhia das Letras).
Por fim, o académico e poeta carioca Eucanaã Ferraz recebeu o prémio na categoria de poesia com o seu sexto livro,
Sentimental (editado pela Companhia das Letras) que reúne 57 poemas.
O autor, que em Portugal tem a obra publicada na Quasi, nasceu em 1961 e é professor de literatura brasileira na Universidade Federal do Rio de Janeiro e organizou os livros de Caetano Veloso
Letra só e
O mundo não é chato. Eram finalistas nesta categoria
Formas do Nada, de Paulo Henriques Britto (Companhia das Letras);
Porventura, de Antonio Cícero (Record) e
Um Útero é do Tamanho de um Pulso, de Angélica Freitas (Cosac Naify).
Os premiados em cada categoria recebem 50 mil reais (cerca de 15 mil euros), quantia a que o vencedor do Grande Prémio Portugal Telecom 2013 acrescenta outros 50 mil reais (15 mil euros).
A curadoria desta edição do Prémio Portugal Telecom foi composta por Selma Caetano (curadora-coordenadora e consultora literária da Portugal Telecom), pelo poeta António Carlos Secchin (curador da categoria Poesia), pelo escritor Luiz Ruffato (curador da categoria Romance) e pelo escritor Marcelino Freire (curador da categoria Conto/Crónica).
Este ano o prémio teve um total de 450 livros inscritos, todos publicados no Brasil em 2012.
Na cerimónia foi também lançado o Livro das Palavras (Leya), uma colectânea de entrevistas com os 27 escritores que já venceram este prémio, entre 2003 e 2012, da autoria de Selma Caetano e José Castello.»
Via
Público.
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