Nunca escondo do meu marido os meus anseios, sonhos e principalmente desejos. Sou algo que acredito ser a evolução natural da humanidade, ou seja, sou bissexual. Não que seja promíscua. Quando estou com alguém estou toda para ele, mas não oculto que já tive amigas íntimas.
Temos uma cumplicidade tão grande, ele e eu, que quando olho para uma mulher bonita ele pergunta: «É assim que gostas?» Bem, não me sinto desconfortável com isso. Ainda que por vezes sinta falta do contacto com mulheres, prefiro a sinceridade e a fidelidade a uma aventura às escondidas. Conheci, porém, uma loira linda numa loja de roupas e ela, toda oferecida, pediu-me ajuda com um vestido no provador. Acabámos por almoçar juntas nesse dia, sempre comigo na dúvida se ela realmente se estava a fazer a mim. Sou muito feminina e normalmente isso afasta um pouco as mulheres, não por não gostarem de mulheres assim mas por não terem a certeza se eu gosto ou não de mulheres. No entanto, ela acabou mesmo por me convidar para um encontro na semana seguinte e eu, ocultando a minha preocupação com o que diria em casa, aceitei.
O meu marido tem a mente muito aberta e sempre me disse que se eu tivesse uma amiga ele não se importaria, pois não considerava traição o sexo com outra mulher. Mas, por outro lado, eu lembro-me muito bem de ele ter um dia chegado a casa furioso por perceber que um vizinho do prédio da frente podia ver a minha silhueta desnuda através da cortina do quarto. Fiquei realmente em dúvida se seguia em frente ou desistia desta eventual aventura. Resolvi perguntar-lhe, sem subterfúgios, se poderia sair com essa loira. Ele, entre enciumado e excitado, perguntou-me se não poderia ir também. Disse-lhe que não. Queria algo íntimo, que só uma mulher me poderia dar. Ele ainda argumentou sobre eventuais consequências, mas eu disse-lhe que o amava plenamente e que desejava apenas ter esse momento só para mim. Enfim, ante a minha vontade, ele cedeu. Não digo que ser meu marido seja fácil, mas ao menos não há segredos, mesmo que possam ser dolorosos.
A minha nova amiga foi ter comigo a um café, perto da minha casa. Conversámos um pouco e dirigimo-nos a casa dela. Lá encontrei um delicioso vinho verde, uma banheira de hidromassagem e um serão inesquecível. Mais tarde, a minha loira amiga disse que estaria disposta a permitir que o meu marido viesse ter connosco, desde que isso garantisse que nos poderíamos encontrar mais vezes. No entanto, ao olhar para aquele corpo escultural, dei por mim morta de ciúmes. De uma e também do outro. Vendo-me nessa obrigação, agradeci o convite. Mas desta vez a minha resposta foi… «Não!»
Temos uma cumplicidade tão grande, ele e eu, que quando olho para uma mulher bonita ele pergunta: «É assim que gostas?» Bem, não me sinto desconfortável com isso. Ainda que por vezes sinta falta do contacto com mulheres, prefiro a sinceridade e a fidelidade a uma aventura às escondidas. Conheci, porém, uma loira linda numa loja de roupas e ela, toda oferecida, pediu-me ajuda com um vestido no provador. Acabámos por almoçar juntas nesse dia, sempre comigo na dúvida se ela realmente se estava a fazer a mim. Sou muito feminina e normalmente isso afasta um pouco as mulheres, não por não gostarem de mulheres assim mas por não terem a certeza se eu gosto ou não de mulheres. No entanto, ela acabou mesmo por me convidar para um encontro na semana seguinte e eu, ocultando a minha preocupação com o que diria em casa, aceitei.
O meu marido tem a mente muito aberta e sempre me disse que se eu tivesse uma amiga ele não se importaria, pois não considerava traição o sexo com outra mulher. Mas, por outro lado, eu lembro-me muito bem de ele ter um dia chegado a casa furioso por perceber que um vizinho do prédio da frente podia ver a minha silhueta desnuda através da cortina do quarto. Fiquei realmente em dúvida se seguia em frente ou desistia desta eventual aventura. Resolvi perguntar-lhe, sem subterfúgios, se poderia sair com essa loira. Ele, entre enciumado e excitado, perguntou-me se não poderia ir também. Disse-lhe que não. Queria algo íntimo, que só uma mulher me poderia dar. Ele ainda argumentou sobre eventuais consequências, mas eu disse-lhe que o amava plenamente e que desejava apenas ter esse momento só para mim. Enfim, ante a minha vontade, ele cedeu. Não digo que ser meu marido seja fácil, mas ao menos não há segredos, mesmo que possam ser dolorosos.
A minha nova amiga foi ter comigo a um café, perto da minha casa. Conversámos um pouco e dirigimo-nos a casa dela. Lá encontrei um delicioso vinho verde, uma banheira de hidromassagem e um serão inesquecível. Mais tarde, a minha loira amiga disse que estaria disposta a permitir que o meu marido viesse ter connosco, desde que isso garantisse que nos poderíamos encontrar mais vezes. No entanto, ao olhar para aquele corpo escultural, dei por mim morta de ciúmes. De uma e também do outro. Vendo-me nessa obrigação, agradeci o convite. Mas desta vez a minha resposta foi… «Não!»
Por: Detinha Avelino
Detinha Avelino é uma escritora brasileira, residente em Lisboa. Escrevendo em espanhol, publicou os livros Seduzca Me, de contos românticos e eróticos, e Pequeña Y Rara, onde relata engraçadas e problemáticas passagens do dia-a-dia. Os seus livros podem ser encontrados em detinhaavelino.bubok.es.
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Crónica publicada na edição #07 da Revista 21
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