O que mais admiro nas mulheres é a capacidade de superação. Não é inveja ou concorrência umas com as outras, é simplesmente um impulso irrefreável de ser ou fazer melhor. Se o meu marido teve um relacionamento passado que durou cinco anos, quero eu ser eterna e definitiva. Se ela fazia sexo bem, quero eu ser inesquecível. Assim são as mulheres. A Angelina Jolie é linda, mas eu, na minha simplicidade, sou mais apetitosa que ela.
Penso que aprendi muito sobre sexo. Superei, inovei e testei. Algumas coisas valeram pela experiência, outras realmente boas ficaram como recordações. Porém, algo que sempre despertou a minha curiosidade foi a famosa «trancadinha». Tinha ouvido alguns homens dizerem que, na hora do sexo, as mulheres faziam uma «trancadinha», e outros, quando viam um amigo muito embeiçado por uma mulher, diziam que a tal dera nele uma «chave de cona». Mas será que isso realmente existe?
Pensei que fosse algo parecido com o que as chinesas fazem com os cordões de bolinhas, sugando-os ou expelindo-os. Bem, se existia alguma mulher que fazia isso, de certeza que eu também o poderia fazer. Comecei então um secreto e deliberado treino. Primeiro, exercícios na hora de urinar, prendendo e soltando a urina aos poucos. Depois, ciclos de dez contracções vaginais, cinco vezes por dia. Percebi que essas contracções, ainda que fracas a princípio, davam uma agradável sensação. Continuei por semanas, até que me senti segura para o colocar em prática.
Estava eu e o meu marido na tão aprazível posição de quatro quando fiz a «trancadinha» e o que estava em vai e vem de repente ficou preso. Ele, entre surpreso e extasiado, ficou alguns minutos a apreciar as contracções vaginais e veio-se, sem aguentar mais. Sei que para ele foi espectacular e, para mim, um dos melhores orgasmos de minha vida, mas o que realmente me encantou foi que, três horas depois, ele ligou-me a dizer que ainda podia sentir no pénis a minha «trancadinha». O sexo, que já era bom, ficou melhor e agora, muitas vezes, a única coisa que o meu homem precisa de fazer é manter-se dentro. O resto, as contracções, sucções e «trancadinhas» resolvem.
Por: Detinha Avelino
Detinha Avelino é uma escritora brasileira, residente em Lisboa. Escrevendo em espanhol, publicou os livros Seduzca Me, de contos românticos e eróticos, e Pequeña Y Rara, onde relata engraçadas e problemáticas passagens do dia-a-dia. Os seus livros podem ser encontrados em detinhaavelino.bubok.es.
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Crónica publicada na edição #05 da Revista 21
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