«Os repórteres da revista Reader's Digest perderam estrategicamente 192 carteiras em 16 grandes cidades da Europa, Ásia e América. O estudo pretendia conhecer quais as cidades mais (e menos) honestas do mundo.
Em cada uma das grandes metrópoles, foram abandonadas 12 carteiras. Cada uma estava devidamente identificada com o nome e número de telemóvel do dono, uma fotografia, cupões de desconto e dinheiro na moeda de cada país, no valor de 37 euros.
Lisboa é a cidade menos indicada para se perder a carteira, já que das 12 só uma foi devolvida. Em todas as cidades, das 192 carteiras 90 foram devolvidas, isto é, 47 por cento.»
Confira abaixo os resultados de cada cidade testada, da mais à menos honesta:
HelsínquiaVia Correio da Manhã.
Das 12 carteiras perdidas, 11 foram devolvidas. «Os finlandeses são naturalmente honestos», disse Lasse Luomakoski, um empresário de 27 anos. «Somos uma comunidade pequena, tranquila e unida. Temos pouca corrupção e nem sequer passamos um sinal vermelho», acrescentou. Lasse encontrou uma das carteiras no centro da cidade e devolveu-a.
Bombaim
Nove carteiras devolvidas em 12. «A minha consciência não me deixaria fazer algo de errado. Uma carteira tem documentos muito importantes», contou Rahul Rai, um editor de vídeo de 27 anos, que honestamente devolveu uma das carteiras.
Budapeste
Oito carteiras devolvidas em 12. «Lembro-me de estar no carro, quando o meu pai reparou que uma carteira estava caída no outro lado da estrada», afirmou Regina Györfi, de 17 anos, que ligou imediatamente para o número de telefone que se encontrava dentro da carteira.
Nova Iorque
Oito carteiras devolvidas em 12. «Todas as pessoas dizem que os nova-iorquinos são hostis, mas na verdade são um bom povo. Eu acho que ficaria muito surpreendido com a quantidade de nova-iorquinos que devolveriam a carteira», disse Richard Hamilton, um funcionário público de Brooklin, de 36 anos. Richard entregou a carteira aos repórteres.
Moscovo
Sete carteiras devolvidas em12. «Os meus pais educaram-me para vir a ser um homem decente e honesto», contou Eduard Anitpin, operador de linha de emergência. Eduard devolveu a carteira perdida a um segurança, perto do Jardim Zoológico da cidade.
Berlim
Seis carteiras devolvidas em 12. Seyran Coban, professora estagiário, encontrou a carteira ao mesmo tempo que um rapaz, mas recusou-se a deixá-lo levá-la. «Eu não confiei naquele rapaz. As pessoas muitas vezes tratam-me com honestidade e, se eu fizer o mesmo, é o que vou receber em troca.»
Liubliana
Seis carteiras devolvidas em 12. Os repórteres da Reader’s Digest perguntaram a uma estudante de 21 anos, que encontrou uma das carteiras, se havia pensado ficar com o dinheiro. «Não! Os meus pais ensinaram-me o quão importante é ser honesta. Uma vez perdi uma mala e devolveram-ma. Eu sei o que isso é.»
Londres
Cinco carteiras devolvidas em 12. Ursula Smist, de 35 anos, encontrou a carteira e entregou-a ao seu chefe. «Se encontrar dinheiro, não pode assumir que pertence a um homem rico. Podem ser os últimos cêntimos que uma mãe tem para alimentar uma família», disse a Ursula.
Varsóvia
Cinco carteiras devolvidas em 12. Marlena Kamínska, biotecnóloga, de 28 anos, encontrou a carteira. Três horas depois de ter conversado com os colegas de trabalho, telefonou para o número que se encontrava dentro da carteira. «Houve quem me aconselhasse a não procurar o dono da carteira», disse. «Mas eu pensei que alguém podia precisar urgentemente do dinheiro.»
Bucareste
Quatro carteiras devolvidas em 12. «Eu sei o que é perder uma carteira. A minha mãe perdeu-a uma vez e nunca mais voltou a recuperá-la», contou Sonia Parvan, de 20 anos, uma das pessoas que encontrou a carteira e a devolveu.
Rio de Janeiro
Quatro carteiras devolvidas em 12. Delma Monteiro Brandão, de 73 anos, encontrou a carteira quando foi buscar a sua neta à escola. «Não é minha!», disse. «Na minha adolescência, agarrei numa revista e sai da loja sem pagar. Quando a minha mãe descobriu, disse-me que esse comportamento tinha sido inaceitável», recordou.
Zurique
Quatro carteiras devolvidas em 12. Jeanette Baum, professora de música de 38 anos, encontrou a carteira e enviou um e-mail, depois das chamadas não terem sido correspondidas pelos repórteres. «Eu sei o que é perder alguma coisa. Foi por isso que liguei o mais rápido que consegui», afirmou.
Praga
Três carteiras devolvidas em 12. Petra Samcová encontrou a carteira e não pensou duas vezes. «É algo que devemos fazer naturalmente», contou.
Madrid
Duas carteiras devolvidas em 12. Beatriz Lopez, uma estudante de 22 anos, encontrou a carteira quando estava a passear com uma amiga. «Nós só queríamos devolver a carteira. Não conseguia ficar com uma carteira que não era minha», disse aos repórteres.
Lisboa
Uma carteira devolvida em 12. Um casal na faixa dos sessenta anos devolveu a única carteira ao ligar imediatamente para o número que estava lá dentro. Curiosamente, eram turistas holandeses.
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