sábado, 15 de Junho de 2013

21 Heróis da Guitarra


Na primeira edição da Revista 21, elegemos 21 dos melhores e mais emblemáticos guitarristas de sempre. Muitos nomes ficaram de fora, é verdade, mas os eleitos são mais que suficientes para satisfazer até os mais rígidos apreciadores de guitarra. Confira a lista abaixo e recorde - ou fique a conhecer - alguns dos seus mais interessantes temas.

Texto: Vera Vera-Cruz

Brian May (Queen)
Astrofísico de formação, em boa hora decidiu o britânico Brian May apostar na música como profissão, já que através dos Queen se tornou um dos mais emblemáticos guitarristas de sempre. Com a sua inseparável Red Special, guitarra feita em casa por si próprio e pelo seu pai, compôs trabalhos inesquecíveis como «We Will Rock You» ou «Bohemian Rhapsody».
A ouvir: Tie Your Mother Down

Carlos Santana
Foi em 1969 uma das maiores revelações do Woodstock, graças a um estilo profundamente incendiário e inovador. Músico de enorme talento, capaz de agradar aos ouvidos mais distintos, enche recintos por todos os lugares que passa com temas como «Europa», «Oye Como Va» e «Smooth».
A ouvir: Black Magic Woman

Chuck Berry
Apelidado por muitos como o inventor do Rock, Berry foi o responsável pela redefinição do R&B clássico, adicionando-lhe elementos que mais tarde se tornariam a base do Rock. Demonstrou a sua maestria em temas como «Twist Again», «Maybellenne» ou «Rock and Roll Music» e continua a ser um dos grandes nomes da música.
A ouvir: Johnny B. Goode

Eric Clapton (Cream, Derek and the Dominos, The Yardbirds)
Conhecido do grande público pelo tema «Tears in Heaven», escrito em homenagem ao filho que morreu quando, por acidente, caiu da janela de um arranha-céus, Clapton começou num estilo diferente, mais agressivo e «desesperado», motivado pelos seus vários problemas amorosos, aos quais se associava o excesso de drogas. A sua incrível destreza na guitarra é demonstrada em temas como «White Room», «Crossroads» e «Sunshine of Your Love».
A ouvir: Layla (versão original)

Frank Zappa
O trabalho de Frank Zappa, guitarrista futurista e «cósmico», junto aos The Mothers of Invention, resultou em alguns dos mais estranhos e chocantes álbuns de que há memória. Nada lhe tira a genialidade autêntica de artista underground que pouca projecção teve em vida.
A ouvir: Todo o álbum Joe’s Garage

Ike Turner (The Kings of Rhythm)
Responsável por «Rocket 88», que muitos consideram o primeiro tema Rock da História, a verdadeira ascensão de Ike à fama deveu-se a temas como «Proud Mary», ao lado da ex-mulher, Tina Turner.
A ouvir: Crazy ‘Bout You Baby

Jack White (The White Stripes)
De estilo inventivo e anti-comercial, baseado em distorção, Jack White tornou-se popular como fundador da banda The White Stripes. Em temas como «Seven Nation Army», «Icky Thump» ou «Catch Hell Blues», e em projectos distintos, como The Dead Weather ou The Raconteurs, demonstra não só o seu talento na guitarra como uma profunda polivalência instrumental.
A ouvir: Little Bird

Jeff Buckley
Viveu apenas 30 anos e o seu legado inclui somente o álbum Grace e o inacabado Sketches for My Sweetheart the Drunk, mas as aparências iludem. Jeff foi considerado uma das maiores revelações dos anos 90, e dele se esperavam coisas estrondosas, não fosse o seu trágico afogamento acabar com todas as esperanças. De timbre e guitarra inconfundíveis, destaca-se, entre outras, a sua incrível versão de «Hallellujah», de Leonard Cohen.
A ouvir: Dream Brother

Jerry Garcia (Grateful Dead)
Pensava-se que Jerry Garcia teria nascido para tudo menos tocar guitarra, visto que em pequeno sofreu a amputação de um dedo. Ainda assim, o líder dos Grateful Dead, banda emblemática de Rock Psicadélico, continua hoje em dia a ser recordado como um dos melhores guitarristas de sempre, graças aos seus míticos improvisos e à filosofia de nunca tocar duas músicas da mesma forma.
A ouvir: Loser

Jimi Hendrix
Chegou a tocar com os dentes, popularizou a distorção e deixou-nos a todos na retina o momento em que pegou fogo à guitarra num concerto. Considerado por muitos o melhor guitarrista de sempre, é o detentor dos solos mais geniais e sem dúvida um ícone da música, imortalizado pela sua trágica morte, aos 27 anos. O autor de «Purple Haze» e «Hey Joe» teve ao longo de toda a carreira momentos brilhantes, como o da sua mítica interpretação de «Star Spangled Banner» no Woodstock de 1969.
A ouvir: Little Wing

Jimmy Page (Led Zeppelin)
Um dos mais emblemáticos temas. Um dos melhores solos de guitarra. E, naturalmente, um dos melhores guitarristas. Afinal, quem nunca ouviu falar de «Stairway to Heaven»? Quem não teve vontade de aprender a tocar guitarra ao ouvir esta obra-prima? Qualquer Gibson Les Paul ao pé deste senhor transforma-se em algo divino. E sem Page, teriam os Zeppelin sido os mesmos?
A ouvir: Since I’ve Been Loving You

John Frusciante (Red Hot Chili Peppers)
O carismático ex-guitarrista dos Red Hot Chili Peppers gravou cinco dos principais álbuns da banda, participando em êxitos como «Californication», «By The Way», «Under the Bridge» e «Dani California». A sua vida, tal como a de muitos outros, fica marcada pela dependência de drogas, mas o talento para a guitarra nunca sofreu com isso e, para além dos RHCP, lançou ainda onze álbuns a solo.
A ouvir: Turn it Again

Keith Richards (Rolling Stones)
Mestre do riff - como o provam «(I Can’t Get No) Satisfaction», «Paint It, Black», «Gimme Shelter» ou «Start Me Up» - e facilmente reconhecido em apenas um acorde, também a sua imagem é marcante. Afinal, quem não se recorda de Richards a pendurar um cigarro entre duas cordas da guitarra enquanto toca?
A ouvir: Sympathy for the Devil

Paco de Lucía
Nome desconhecido para a maioria das pessoas, Paco de Lucía é um verdadeiro rei da guitarra acústica. Músico espanhol com toda a sua carreira baseada no flamenco, lançou 24 álbuns, alguns com a participação de lendas como Di Meola e John McLaughlin. O seu toque é considerado quase sobre-humano, pois onde parecem existir cinco guitarras, há apenas uma.
A ouvir: Para começar... Czardas de Monti

Peter Frampton
É conhecido como «o pai da guitarra falada». Depois de alguns anos em que apenas ajudou na elaboração de álbuns para outros artistas, entre os quais George Harrison, explodiu de súbito ao lançar o álbum ao vivo Frampton Comes Alive!. Pioneiro da guitarra falante via Talk Box, inspirou músicos como Richie Sambora (Bon Jovi) e Tom Morello, com temas como «Baby, I Love Your Way», «I’m In You» e «Do You Feel Like We Do».
A ouvir: Show Me The Way

Prince
Amado por uns, odiado por outros, Prince permanece uma das figuras mais reconhecíveis do mundo da música. Artista multifacetado, com fama de workaholic, canta, dança, toca e compõe, tendo na bagagem mais de 35 álbuns, que passam por todos os estilos possíveis: Pop, Rock, Funk, New Wave, R&B, etc. Na guitarra, o artista anteriormente conhecido como «O Artista Anteriormente Conhecido como Prince» deixa para trás trabalhos exemplares como «When Doves Cry», «I Hate U» e «Just My Imagination».
A ouvir: Purple Rain

Ricardo Amorim (Moonspell)
A nossa escolha lusitana é porventura um dos nomes menos identificáveis desta lista, mas o trabalho de Ricardo Amorim fala por si. Rápido, versátil, criativo e detentor de solos que roçam o incrível («Everything Invaded», «Mute», «Dekadance», «Mr. Crowley», «Opus Diabolicum»), é uma das principais razões pelas quais os Moonspell são considerados uma das grandes referências actuais do Metal.
A ouvir: Raven Claws

Ritchie Blackmore (Deep Purple)
O co-fundador dos Deep Purple foi um dos maiores guitarristas dos anos 70, gravando com a banda sucessos como «Strange Kind of Woman», «Woman From Tokyo», «Highway Star» e «No No No». Contudo, nenhum será mais conhecido que «Smoke on the Water», tema inspirado num incêndio ocorrido quando assistia a um concerto de Frank Zappa.
A ouvir: O clássico Smoke on the Water

Slash (Guns N’ Roses, Velvet Revolver)
Músico multifacetado, famoso pelos seus longos e até arrepiantes solos, Slash tornou-se um ícone musical graças ao trabalho nos Guns N’ Roses, onde participou em temas tão emblemáticos como «November Rain», «Paradise City», «Don’t Cry» e «Estranged». O sucesso continuou quando abandonou a banda para fundar os Velvet Revolver (ouça-se, por exemplo, o excelente trabalho em «Slither») e mesmo a solo continua a ser uma das grandes atracções da música mundial.
A ouvir: Sweet Child o’Mine

Tom Morello (Rage Against the Machine, Audioslave)
Com um estilo único, que consiste em riffs punk de inspiração urbana e utilização frequente de amplificadores e pedais de efeito para dar à guitarra a aparência de «falar», Morello tornou-se conhecido na banda de intervenção Rage Against the Machine, onde compôs trabalhos tão extravagantes como «Bulls on Parade», «Guerrilla Radio», «Ashes in the Fall» ou «Sleep Now in the Fire». Mais tarde, nos Audioslave, manteve o estatuto de lenda moderna com «Cochise», «Like a Stone» ou até «Original Fire», no qual leva a sua guitarra a imitar uma gargalhada de macaco durante o solo. Actualmente, toca a solo, em acústico, com o projecto The Nightwatchman.
A ouvir: Killing In The Name Of

Tony Iommi (Black Sabbath)
Depois de perder as pontas de dois dedos num acidente fabril aos 17 anos, Iommi adaptou-se e transformou a guitarra de acordo com as suas novas capacidades. Quase sem querer, criou também um novo som, semipsicadélico, que constituiria a base do Heavy Metal. Nos Black Sabbath mostrou a sua versatilidade, mantendo contudo uma envolvência negra, evidente em temas como «Iron Man», «Paranoid» e «War Pigs».
A ouvir: Heaven and Hell


Artigo publicado na edição #01 da Revista 21

2 comentários:

João Simões diz:

E o nosso grande Carlos Paredes?

David Marques diz:

Então e o Joe Satriani , Mark Knofler(Dire Straits),Angus Young ( AC/DC).

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