quarta-feira, 20 de Março de 2013

IndieLisboa 2013 com mais filmes portugueses


«Mais filmes portugueses e uma programação em contracorrente com o pessimismo que toca o país preenchem em abril o décimo IndieLisboa, festival internacional de cinema independente, apresentado esta terça-feira em Lisboa.

O festival, que apostou em "filmes fora do formato", está a celebrar dez anos e apresentará de 18 a 28 de abril quase 250 filmes, estrangeiros e portugueses. Em dez anos "nunca nos afastámos da nossa ideia de cinema independente, de tentar mostrar que estes filmes são aquilo que achamos mais importante. O slogan diz 'Hollywood está a ficar sem ideias' e é o oposto do cinema independente", disse à agência Lusa um dos diretores do IndieLisboa, Miguel Valverde.

A organização recebeu quase quatro mil filmes de todo o mundo, selecionando 246, dos quais 45 são portugueses de produção recente. Segundo o diretor Nuno Sena, estes dados mostram que "o anúncio da morte do cinema português [por falta de apoio financeiro público] foi exagerado".

Na conferência de imprensa, a direção sublinhou ainda o espírito de "otimismo", apesar dos tempos difíceis e da redução de orçamento, considerando a décima edição a melhor de todas.

Pela primeira vez, a competição nacional inclui 16 curtas e seis longas metragens "com uma base documental e que dialogam muito com o mundo contemporâneo, descreveu Nuno Sena. São elas A batalha de Tabatô, de João Viana, Bobô, de Inês Oliveira, Campo de flamingos sem flamingos, de André Príncipe, É o amor, de João Canijo, Lacrau, de João Vladimiro, e Um fim do mundo, de Pedro Pinho. Os filmes de João Vladimiro e João Viana também integram a competição internacional.

Da produção portuguesa, os diretores destacaram ainda a animação de volumes Forbidden Room, de Emanuel Nevado, a nova secção "Novíssimos", com 13 primeiras obras, e três filmes que não encaixam em qualquer secção: Arriverci Macau, de Rosa Coutinho Cabral, sobre o arquiteto Manuel Vicente, Bibliografia, de Miguel e João Manso, Montemor, de Ignasi Duarte, e Torres & Cometas, de Gonçalo Tocha.

Da produção internacional destacam-se a série documental Death Row, de Werner Herzog, sobre condenados à pena de morte nos Estados Unidos, Frances Ha, de Noah Baumbach, The Black Balloon, de Benny e Josh Safdie, Sinapupunan, de Brillante Mendoza, Sakda, do premiado Apichatpong Weerasethakul, e Spring Breakers, de Harmony Korine. Destaque ainda para o realizador austríaco Ulrich Seidl, com a trilogia "Paradies", e para o artista visual irlandês Patrick Jolley.

Mantêm-se as secções IndieJúnior, para os mais novos, e o IndieMusic, com propostas em torno da música, e aposta-se nos eventos fora do ecrã, com concertos no Ritz Clube, com atuação da canadiana Peaches e um concerto especial, a 19 de abril, do músico Manuel Fúria em torno do álbum Mãe, dos Heróis do Mar.

O IndieLisboa decorrerá na Culturgest, Cinema São Jorge, Cinema City Alvalade e Cinemateca. O filme de abertura será No, do chileno Pablo Larraín, e o de encerramento Before Midnight, do norte-americano Richard Linklater. »

Via Correio da Manhã.

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