«B Fachada deu recentemente uma entrevista à edição portuguesa da revista Playboy. A ilustrar as respostas do músico português às 20 perguntas da jornalista Ana Ventura está uma foto de Fachada sem roupa (a imagem foi inicialmente revelada há alguns meses, não tendo sido captada para a Playboy).
À pergunta da Playboy sobre a polémica suscitada por temas como "Deus, Pátria e Família", faixa única do disco do mesmo nome, B Fachada comenta a sua forma de escrever letras e a intenção que as mesmas podem, ou não ter:
"Não me cabe ser politicamente correto. Poucas vezes me passou pela cabeça acusar um político de ser musicalmente incorreto (são quase todos). No entanto, nem sequer sou eu que falo! Não sou filósofo, nunca prometi verdades a ninguém", esclarece o autor de Criôlo .
"A canção fala do que fala e como fala: eu não sou o narrador e o narrador não sou eu. Se eu fizesse uma canção a glorificar a pátria, caía na redundância: está lá a língua, está lá a ideia de Portugal, vamos é acrescentar a isso, chegar a algum lado. Se o meu ponto de chegada fosse o ponto de partida sentir-me-ia um hipócrita. Quem é que seria burro o suficiente para perder 200 horas a fazer uma canção que não vai além do ponto de partida?", argumenta.
Na mesma entrevista, B Fachada diz que, quando em entrevista à Time Out, disse que regressaria à música "para fazer dinheiro, à la Ornatos", estava a fazer "uma piada. Na semana em que disse isso, só se falava de Ornatos: achei que estava a ser actual; afinal, é o primeiro regresso em grande de uma banda na história da música portuguesa. Enquanto músico, dificilmente se pode acreditar que acho mal os músicos ganharem dinheiro pelo que fazem: a ilusão romântica de que a paixão pelo ofício fica corrompida pelo dinheiro deve servir apenas o êxtase da performance e não ser uma obsessão no dia-a-dia de trabalho".
À Playboy, o cantor e compositor garante ainda que "olhando para o país, para Europa e para o mundo, hoje, ontem e anteontem, é preciso ter lata para dizer que os 'artistas' vivem em dificuldades. Não existe e nunca vai existir razão nenhuma para um gajo que faz canções viver melhor que um gajo que faz sapatos . A única diferença entre mim e um mineiro é que eu tenho a sorte de não ter um patrão: sou dono de todo o património que gerei com o meu trabalho. É por isso que posso parar para pensar de vez em quando: tenho as férias de seis anos por gozar e muito trabalho de casa acumulado, depois desta correria toda".»
Via Blitz.
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