sábado, 16 de Novembro de 2013

Estranhos Casos de Paternidade


Um homem grávido, irmãos gémeos de raças diferentes, espermatozóides em recordes mundiais... Conheça aqui alguns dos mais estranhos casos de paternidade existentes no mundo.

Texto: Mariana Carvalho

Gravidez no masculino
Não é igual a todos os homens. Nem igual a todas as mulheres. A verdade é que possui características em comum com ambos os géneros: ainda que não vista boxers, usa gravata; e mesmo que mostre não possuir seios, a sua barriga inchou. E não foi de cerveja. Thomas Beattie foi o primeiro homem a engravidar, em todo o mundo. Nasceu mulher, ainda que nunca se tenha identificado como uma. Foi por isso que, aos 20 anos, decidiu que as injecções de testosterona passariam a fazer parte do seu dia-a-dia. Mesmo com total aparência masculina, manteve os órgãos reprodutores femininos, visto Nancy, a sua mulher, ter ficado impossibilitada de ser mãe. Chegou o dia em que Thomas decidiu constituir família. Ultrapassando todos os preconceitos e as inúmeras rejeições dos especialistas para acompanhar o seu caso, conseguiu engravidar através de inseminação artificial. Foi reconhecido legalmente como homem em 2002 e usufrui, com Nancy, dos mesmos direitos que os restantes casais. Thomas transporta o bebé na barriga durante os nove meses de gravidez e Nancy é quem os amamenta. E já lá vão três: Susan, Austin e Jensen.

«Sou teu tio ou sou teu pai?»
Diz-se que os irmãos gémeos partilham tudo e que os gostos, por vezes, são equivalentes. No caso de Raymon e Richard Miller chegaram mesmo a ser iguais: escolheram a mesma mulher. Ainda que não soubessem. Consequência disso é hoje não saberem qual deles é o tio ou o pai da criança. Holly Adams, a mulher em questão, garante ter tido relações sexuais com ambos no mesmo dia e com poucas horas de diferença. E ainda que em muitas situações o teste de paternidade esclareça todas as dúvidas existentes, no caso de gémeos ambos têm 99,9% de probabilidade de ser o pai. O caso está em tribunal porque embora os dois se tenham divertido pelo mesmo motivo, nenhum deles quer pagar a pensão alimentar da sua filha-sobrinha.

Gémeos têm pais diferentes
Um casal holandês, Wilma e Willem Stuart, foi pai de gémeos através de fertilização in vitro. E, ao contrário da maioria dos pais de gémeos, estes eram capazes de distinguir os filhos à distância, visto terem nascido com tons de pele diferentes. O hospital encontrou a explicação na pipeta que deu origem à gravidez. Assumindo este caso como um lamentável erro, esta foi utilizada duas vezes sem ter sido esterilizada. O teste de ADN acabou por revelar que, ao mesmo tempo que Koen era filho de Wilma, Tuen era filho do homem por quem tinham passado na sala de espera do hospital, e não de Willem.

«Querida, congelei o nosso filho»
Com apenas 16 anos de idade, Chris Biblis descobre que tem leucemia. Um dos seus médicos avisou-o que a radioterapia, tratamento pelo qual teria de passar, iria deixá-lo estéril. Foi então que Biblis optou por congelar o seu sémen com o intuito de, no futuro, poder ajudar alguém a nível de paternidade. Mal ele sabia que esse alguém seria ele próprio. Após 22 anos, descongelaram um dos espermatozóides e injectaram-no no óvulo da sua mulher, Melodia. A gravidez foi um sucesso e fez com que hoje sejam pais de uma menina saudável. Os especialistas da clínica de fertilidade dos EUA que acompanharam todo este procedimento dizem tratar-se de um recorde mundial.

«Olhe, desculpe, tem salsa?»
Só precisou de tocar à porta do vizinho, como quem pede um raminho de salsa ou um ovo emprestado, e pedir ao proprietário da casa ao lado, Frank Maus, que engravidasse a sua mulher, Traute. Este pedido surgiu devido ao facto de Demetrius Soupolos ter descoberto ser estéril. Improvisando, achou que a sua sorte podia estar na porta ao lado e fez a proposta: Frank Maus, já pai de duas crianças, teria como recompensa 2500 dólares para engravidar Traute num período máximo de seis meses. Mas, para surpresa de ambos, Traute não estava grávida passado esse tempo. Foi então que Demetrius o obrigou a fazer exames médicos e rapidamente descobriram que, além de partilharem a mesma mulher, também partilhavam o mesmo mal: esterilidade. A única pessoa a não ficar surpreendida foi a esposa de Frank, que acabou por assumir ter feito o mesmo com outro homem sem nunca ter contado ao marido que não era capaz de engravidar dele. Afinal, as crianças que sempre se dirigiram a Frank como seu pai, nunca foram seus filhos.


Artigo publicado na edição #06 da Revista 21

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