«Bons ventos não parecem soprar para os lados de Judite Sousa. Ainda a viver as sequelas da exposição mediática do divórcio com Fernando Seara, e no rescaldo da entrevista que fez ao jovem Lorenzo Carvalho, em direto, no Jornal das 8 da TVI, parece que a polémica à volta da jornalista ainda não fica por aqui.
É que, agora, o mais recente projeto literário de Judite – o seu quarto livro, sobre a vida de Álvaro Cunhal e intitulado Álvaro, Eugénia e Ana – parece andar na boca do povo. Ou, melhor dizendo, dos jornalistas. A página de Facebook intitulada "Os Inéditos de Judite Sousa" está a provocar reações inflamadas de alguns colegas da jornalista, que afirmam que a sua obra nada traz de novo ao que já tinha sido anteriormente tornado público acerca da vida de Cunhal.
No início de setembro, Judite Sousa lançou a biografia do líder histórico do Partido Comunista e apresentou-a como sendo uma obra inédita. “Ninguém conhecia a vida pessoal dele. Os comunistas são muito reservados quanto à sua vida íntima.
O livro tem fotografias inéditas e está contado de uma forma simples”, afirmou na apresentação da obra. Acrescentou ainda que a escrita do livro “implicou uma intensa investigação, indo muito para além daquilo que já se tinha visto sobre o político”.
Uma postura com a qual os jornalistas Adelino Cunha e Fernando Esteves não concordam. O primeiro, autor de Álvaro Cunhal, Retrato Pessoal e Íntimo, uma biografia de Cunhal, publicada em 2011; o segundo, jornalista da revista Sábado e autor do blogue Alter Ego, e que, depois de ter visto a reportagem de Judite Sousa que aborda a vida do antigo líder comunista, defendeu na sua página que o trabalho “não foi um inédito, único e invulgar. O que ela fez foi enganar os idiotas que, como eu, esperavam ver a primeira boa reportagem de televisão sobre Cunhal. Admito que Judite, com o que mostrou ontem, tenha conseguido levar muitos incautos ao êxtase. Comigo não aconteceu – e acreditem: eu gosto tanto de ser transportado ao êxtase”. Contactado pela VIP, o jornalista recordou um antigo trabalho da Sábado, intitulado "A Vida de Cunhal em Família Contada pela Filha".
Segundo ele, é nesta reportagem que estão as primeiras declarações feitas por Ana Cunhal à comunicação social. “Aquilo que posso dizer é que encontro semelhanças entre a reportagem da TVI e a reportagem da Sábado”, defendeu Fernando Esteves.
Já Adelino Cunha, quando contactado pela VIP, preferiu não dar importância à possível comparação estabelecida entre o livro que escreveu e aquele que foi escrito pela diretora-adjunta de informação da TVI. “O meu livro resulta de uma longa investigação de carácter histórico e está a ser aprofundado no âmbito da minha tese de doutoramento”, atirou o jornalista.
A VIP sabe que o livro escrito por Adelino Cunha envolveu uma investigação desenvolvida ao longo de cinco anos, que o levou várias vezes a Moscovo. O jornalista terá até contraído um empréstimo bancário para financiar a sua investigação.
Na página de Facebook "Os Inéditos de Judite Sousa" é possível ler comentários irónicos acerca do trabalho que Judite Sousa defende como exclusivo. “A fotografia inédita de Judite Sousa está publicada desde 2010. A sinopse inédita de Judite Sousa sobre o retrato íntimo de Álvaro Cunhal é uma cópia infantil e amadora. Inédito, inédito, só este ‘assalto mediático’”, lê-se. Judite mantém versão “inédita” Regressada de férias no estrangeiro e a aproveitar os últimos dias livres, apesar das polémicas, Judite não desarma o sorriso.
Confrontada acerca da exclusividade do conteúdo da reportagem que assinou e do livro que escreveu, a jornalista manteve a postura assertiva que a caracteriza. “Não tenho nada a dizer sobre isso. As fotografias são, sim, inéditas. Foram dadas pela família”, afirmou.
Em relação às críticas publicadas na página de Facebook, a jornalista não mostrou qualquer interesse. “Não vi, não quero ver, não me interessa. É a opinião deles”, rematou.»
Via VIP.
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