«Numa conferência de imprensa em Los Angeles para promover o seu último filme, Para Roma, com amor, Woody Allen surpreendeu os presentes ao confessar que "nunca ficou satisfeito" com os seus filmes.
"Quando se faz um filme é como um chef que trabalha na elaboração de um prato. Depois de passar o dia inteiro na cozinha a cortar, picar e a adicionando molhos, no fim já não o quer comer. Isso é o que eu sinto em relação a um filme", explicou aos jornalistas.
"Eu trabalho num filme por ano. Escrevo, trabalho com os atores, monto, escolho a música e depois não tenho absolutamente desejo algum de o ver novamente", contou.
Apesar de tudo, Woody Allen reconhece a importância dos seus fãs. "Sou eternamente grato ao público por amar alguns deles, apesar do meu próprio desapontamento. Para mim, (o resultado) está sempre longe de ser a obra-prima que eu tinha certeza de realizar", declarou.
Allen considera, por exemplo, o filme [Annie Hall], de 1986, um dos seus maiores desastres. "Em Annie Hall, a relação entre mim e Diane Keaton não era tudo o que me interessava. Era uma pequena parte de um projeto maior. E no final, tive que reduzir o filme a esta relação, para assegurar a sobrevivência do filme", afirmou.
Sobre o título de Para Roma com Amor, Allen explicou que o título inicial era Bob Decameron, mas ninguém sabia quem era o Decameron, mesmo em Itália, então mudou para Nero Fiddled, mas metade dos países do mundo não conhecia a expressão. Resultado: optou por um título genérico, como Para Roma, com amor, para que todos entendessem.
Neste filme, Woody Allen, que não aparecia num dos seus filmes desde 2006, retorna ao grande ecrã no papel do pai de uma jovem americana que vai casar com um italiano.»
Ler na TVI 24.
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