Revista 21

NOMEADAS
Amy Adams (American Hustle)
Cate Blanchett (Blue Jasmine)
Judi Dench (Philomena)
Meryl Streep (August: Osage County)
Sandra Bullock (Gravity)

A INJUSTIÇA DOS ÓSCARES
Adèle Exarchopoulos. Haverá este ano nome que melhor ilustre a eterna injustiça dos Óscares? A jovem actriz consegue uma das melhores e mais realistas actuações a que já tive o prazer de assistir ao longo dos quase 180 minutos do extraordinário La Vie d'Adèle. O filme, vencedor da Palma de Ouro na mais recente edição de Cannes, nem sequer consta nos nomeados a melhor filme estrangeiro, já que estreou nos cinemas franceses alguns dias após o prazo permitido pela Academia, mas essa é uma regra que não exclui as actrizes, pelo que tanto Adèle como a sua colega de elenco, Léa Seydoux, podiam e deviam ter sido nomeadas. A ausência de Adèle, em particular, em detrimento da sofrível interpretação de Sandra Bullock, por exemplo, só torna mais pobre a «grande» noite dos Óscares.

PRINCIPAIS CANDIDATOS
Só uma surpresa de magnitude «Marisa Tomei» poderá roubar este Óscar das mãos de Cate Blanchett. Saliente-se, no entanto, que ela bem o merece. O desempenho da australiana no mais recente projecto de Woody Allen é verdadeiramente assombroso, do género que não nos deixa virar a cara, e olhem que a personagem que interpreta, a desequilibrada Jeanette (ou «Jasmine», como prefere ser chamada) nem sequer é particularmente simpática, pelo menos no sentido tradicional da coisa. Seja como for, não só é Blanchett a principal estrela do projecto como consegue, em Blue Jasmine, porventura a melhor interpretação da sua carreira, o que não é propriamente tarefa simples numa mulher com uma filmografia tão diversa e preenchida.

APOSTA FINAL: CATE BLANCHETT (BLUE JASMINE)