terça-feira, 4 de Setembro de 2012

Opinião: A Sorte de Jim (Kingsley Amis)


A Sorte de Jim
Kingsley Amis
Quetzal 

Título Original: Lucky Jim
Tradução: Salvato Telles de Menezes 
Ano: 2012 | Original: 1954
PVP 17,70€ | Páginas: 368 

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«O livro mais divertido da segunda metade do século XX.» 
Christopher Hitchens


Sob o rótulo de «o livro mais divertido da segunda metade do século XX», vive o romance de estreia de Kingsley Amis, vencedor do Somerset Maugham Award em 1955 e eleito pela revista Time como um dos 100 melhores livros de língua inglesa escritos entre 1923 e 2005.

A história centra-se na vida de James «Jim» Dixon, um professor universitário de História Medieval que, ao contrário do que o título nos sugere, não se sente particularmente sortudo. Pode-se inclusive afirmar que é para ele quase uma tortura manter a «dignidade» necessária para poder sobreviver aos eventos de alta sociedade que o cargo lhe exige. Com o estigma de um eventual despedimento a pairar constantemente sobre a sua cabeça, dedica o tempo a tentar cair nas boas graças do respeitado professor Welch, ao mesmo tempo que gere a difícil relação com a «namorada» Margaret. Tudo se complica, porém, quando conhece Bertrand, o emproado pintor, filho do professor Welch, e a sua bela mas fria namorada, Christine.

A partir das complicadas relações de Dixon com as estranhas figuras que o rodeiam, Amis constrói uma história de cómicos equívocos, ao bom jeito britânico.

Não se pense, contudo, que A Sorte de Jim é uma peça de humor evidente. A obra faz-se valer sobretudo nas subtilezas. As situações algo datadas transformam-na, segundo os padrões actuais, mais num drama romântico que numa comédia. Ainda assim, quem estiver disposto a apreciar a quase cruel maestria fotográfica de Amis - veja-se, por exemplo, o genial retrato de uma ressaca descrito no sexto capítulo -, encontrará n’A Sorte de Jim uma obra muito agradável.

Texto: Tiago Matos


Artigo publicado na edição #13 da Revista 21

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