quinta-feira, 20 de Fevereiro de 2014

Manuel Jorge Marmelo vence Prémio Correntes d'Escritas



«Uma Mentira Mil Vezes Repetida, de Manuel Jorge Marmelo, é a obra vencedora do Prémio Correntes d'Escritas 2014, anunciou esta quinta-feira a organização do encontro literário. A obra é elogiada pelo júri como “uma singular parábola sobre a literatura e o seu poder redentor” que confirma “a maturidade do autor no domínio da narrativa”.

A 15.ª edição do festival literário Correntes d'Escritas decorre entre esta quinta-feira e sábado na Póvoa de Varzim e o prémio no valor de 20 mil euros é entregue na sessão de encerramento do evento. Uma Mentira Mil Vezes Repetida foi escolhido entre 15 obras finalistas e, segundo o júri constituído por Isabel Pires de Lima, Carlos Quiroga, Patrícia Reis, Pedro Teixeira Neves e Sara Figueiredo Costa, trata-se de uma narrativa “potencialmente infinita e de assumido pendor borgesiano”, que “permite lançar pontes para uma reflexão sobre os totalitarismos”.

Evocando “as palavras de Goebbels” que ecoam “desde o título”, o júri, que decidiu por maioria este prémio, destaca ainda que a narrativa de Manuel Jorge Marmelo se ancora “num quotidiano prosaico de uma cidade reconhecível na qual irrompem laivos de actualidade”. Em Uma Mentira Mil Vezes Repetida, o júri destaca ainda “a convocação da memória colectiva, através da atenção às múltiplas vozes que vão irrompendo”, que “propicia uma repescagem valorativa da dimensão oral da palavra”.

O Prémio Literário Correntes d"Escritas/Casino da Póvoa é atribuído anual e alternadamente à poesia e à prosa. Neste ano da prosa, a Câmara da Póvoa de Varzim, seleccionara como finalistas, além de Uma Mentira Mil Vezes Repetida, A Instalação do Medo, de Rui Zink, A Luz é Mais Antiga que o Amor, de Ricardo Menéndez Salmón, A Maldição de Ondina, de António Cabrita, A Sul. O Sombreiro, de Pepetela, A Vida no Céu, de José Eduardo Agualusa, Caligrafia dos Sonhos, de Juan Marsé, Dentro de Ti Ver o Mar, de Inês Pedrosa, Diário da Queda, de Michel Laub, Metade Maior, de Julieta Monginho, O Filho de Mil Homens, de Valter Hugo Mãe, O Retorno, de Dulce Maria Cardoso, Pai, Levanta-te, Vem Fazer-me um Fato de Canela, de Manuel da Silva Ramos, Quando o Diabo Reza, de Mário de Carvalho, e Um Piano para Cavalos Altos, de Sandro William Junqueira.

Esta manhã, Manuel Jorge Marmelo agradeceu o prémio e recuperou que, ao conhecer a lista de finalistas, o viu como “um grupo muito complicado” e considerou que “dificilmente teria ali alguma possibilidade de vencer”. O Prémio Correntes d'Escritas 2014 “vem na altura mais complicada da minha vida, uma vez que estou desempregado”, disse ainda o ex-jornalista do Público, que se descreveu como “vítima da reestruturação da economia”.»

Via Público.

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