«A pornografia sempre foi muito mais presente no universo masculino do que no feminino. A maioria dos conteúdos é voltada para o olhar e o desejo dos homens. Mas, depois de décadas, o cenário está a mudar. O interesse das mulheres por pornografia tem vindo a crescer e a prova disso é que já existem até cineastas a produzir filmes feitos especialmente para excitar o público feminino.
Algumas mulheres resolveram assumir o trabalho atrás das câmaras e investir em produções que traduzissem melhor o prazer e as fantasias femininas. Uma delas é Erika Lust, cineasta sueca, radicada em Barcelona, em Espanha, que decidiu fazer filmes eróticos motivada pelas suas próprias necessidades. "Senti que as minhas visões sobre o sexo e os meus desejos não estavam a ser representados na maioria dos filmes pornográficos disponíveis. Resolvi fazer o tipo de filme erótico que eu queria ver", conta.
Esse movimento que coloca a mulher no foco do prazer está a ser chamado de "feminist porn". Nesse tipo de produção cinematográfica, o sexo também é explícito, porém outros aspectos são mais valorizados, como a história, o cenário e a iluminação. As actrizes costumam ter corpos mais imperfeitos e realísticos, com menos silicone e mais celulite, o que também ajuda a gerar maior identificação entre as mulheres. Apesar do aparecimento dessa vertente alternativa, gostar de pornografia é ainda um tabu para muitas mulheres. Além disso, as preferências costumam ser bem diferentes entre os géneros.
A cineasta Erika Lust começou a fazer filmes pornográficos voltados para mulheres em 2004. Mas conta que recebe muitos elogios de homens e casais sobre o seu trabalho.
A principal diferença diz respeito ao facto de as mulheres envolvidas no filme serem ou não agentes do seu próprio prazer sexual. O filme feminista mostra a mulher realmente a receber prazer, ao passo que o filme convencional mostra a mulher como veículo para o prazer do homem.»
Via Diário Digital.
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