terça-feira, 11 de Dezembro de 2012

A televisão (ainda) é um mundo de homens


«As mulheres aparecem menos do que os homens em programas de entretenimento na televisão e, quando aparecem, estão em posições inferiores ou estereotipadas. A conclusão é de uma pesquisa americana que analisou 11.927 personagens de 129 filmes, 275 programas de horário nobre e 36 atracções infantis dos Estados Unidos.

O trabalho quantificou a participação dos personagens de cada sexo, a forma como são retratados (comportamentos, roupas) e as suas actividades profissionais.

Em apenas 11% dos filmes (todos do género "família") e 19% dos programas infantis as mulheres aparecem a mesma quantidade de tempo que os homens. "A maioria das histórias são centradas no masculino. Cerca de 75% dos diálogos são feitos por homens", diz o texto da pesquisa, feita em parceria entre a Universidade do Sul da Califórnia e o [Geena Davis Institute on Gender in Media].

Os programas para crianças e as séries de comédia são os géneros nos quais a mulher tem menos voz: são apenas um terço dos personagens.

O estudo também avaliou a distribuição entre diferentes raças e descobriu que o horário nobre apresenta a maior percentagem de mulheres negras; e os infantis têm maior propensão de mostrar asiáticas e hispânicas.

A descoberta mais destacada pelos pesquisadores é a predominância de papéis domésticos e a ênfase que se dá à sensualidade das personagens femininas nas peças de TV. Nos filmes analisados, elas são mais propensas a serem relatadas como mães e como comprometidas sentimentalmente do que os homens. E vestem mais roupa sexy, mostram mais o corpo e são mais magras do que eles.

"As mulheres, quando estão no ecrã, estão lá para ser um colírio para os olhos", escrevem os autores. "Não foi encontrado nenhum personagem feminino que estivesse no topo da carreira no sector financeiro, na área jurídica ou no jornalismo."

Para os autores, o estudo mostrou que os media ainda marginalizam a mulher. "[Estes conteúdos] podem afectar ambições e aspirações de meninas e mulheres de todo o mundo", diz a conclusão do artigo.»


Via Diário Digital.

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