Opinião 21: Zero Dark Thirty

Os estereótipos já não são o que eram. Sabemo-lo desde que um branco se tornou o melhor dos rappers e um negro o melhor dos golfistas; confirmamo-lo na certeza de que é hoje em dia uma mulher a maior especialista na direcção de filmes de guerra, género tradicionalmente masculino da indústria cinematográfica.

Kathryn Bigelow, que já brilhou com The Hurt Locker, traz este ano um filme semelhante à corrida dos Óscares. Tal como Argo, é uma história que apela ao orgulho americano, também ela baseada em factos reais. Se em Argo temos EUA vs. Irão, em Zero Dark Thirty temos EUA vs. Paquistão. O filme relata, afinal, a famosa (e quase interminável) caça a Osama Bin Laden.

Com uma excelente interpretação, Jessica Chastain é a estrela do filme na pele de uma agente inflexível na perseguição do ex-líder da al-Qaeda. A acção é dramática e realista, em particular no ataque final ao terrorista, que surge tal e qual o percebemos nos noticiários, mas o filme arrasta-se, por vezes em demasia, em pormenores técnicos e é, no geral, uma história mais interessante ao tal «orgulho americano» que ao resto do mundo.

Texto: Tiago Matos

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