Opinião 21: Life of Pi

Um escritor canadiano decide escrever um livro passado em Portugal (true story!) e procura inspiração para o enredo junto a um imigrante indiano, Piscine «Pi» Patel, que lhe conta a sua incrível história de vida, desde a infância passada na Índia, onde a sua família esteve a cargo de um jardim zoológico, às extraordinárias aventuras decorridas na mudança para o Canadá.

Sem mais revelações, para não estragar quaisquer surpresas, o enredo conta ainda com as essenciais presenças de uma zebra, uma hiena, uma fêmea orangotango e, claro, um majestoso tigre com o bizarro nome de Richard Parker.

Em poucas palavras, Life of Pi é, mais que um dos melhores filmes do ano, a missão impossível de Ang Lee. O taiwanês dignou-se a pegar num livro cuja adaptação todos consideravam irrealizável, cercou-se de um elenco de nomes desconhecidos (Gérard Depardieu aparece em cena um único minuto) de onde se destaca a fantástica interpretação de Suraj Sharma (um dos grandes injustiçados nos nomeados de actuação deste ano), e fabricou uma obra poderosa e emotiva, com uma mensagem inspiradora, centrada na fé e perserverança humana.

A haver justiça, Life of Pi estará, com Argo e Lincoln, na linha da frente para a eleição de melhor filme do ano.

Texto: Tiago Matos

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