Detinha Avelino: Impotência x Determinação
Tenho um amigo muito querido que, depois do divórcio, ficou totalmente impotente. Pediu-me ele ajuda quando a situação já durava há três anos. É evidente que não sou mágica nem faço milagres, mas como realmente gosto muito dele, aconselhei-o, via Internet, com algumas maneiras de se «safar». Semana após semana, o meu amigo (Luiz) detalhava as suas frustradas tentativas. Ele vive numa região brasileira, Goiânia, na qual as mulheres estão em proporção de quinze para cada homem, daí o desespero do meu amigo em não conseguir satisfazer nenhuma. Pedi-lhe paciência, disse-lhe que não tentasse sexo no primeiro encontro. Não queria que ele tomasse Viagra, porque sabia que a impotência era de ordem emocional e tudo que ele precisava era encontrar a pessoa certa. Infelizmente o meu amigo não me escutou e ligou-me um certo dia em desespero:
«Detinha, passei a pior experiência da minha vida. Estava com uma morena linda num motel e não queria de forma alguma decepcioná-la, por isso tomei dois Viagras, mas não senti qualquer efeito. Ela não sabia que eu tinha tomado as pastilhas azuis, por isso eu meio que “comecei” a fazer sexo. Bem, 10 minutos depois, senti uma dor horrível na barriga e fui para a casa de banho com a maior diarreia da minha vida. Infelizmente, como sabes, alguns motéis no Brasil não têm janelas e o cheiro era insuportável. Como eu não conseguia parar de cagar, tive de chamar a morena para irmos embora. Agora, minha querida, estou em casa há cinco horas com a maior erecção que já tive. O que é que faço? Chamo a morena de volta?»
Bem, meus amigos, eu sou conhecida pela minha calma em momentos dificeis, mas o Luiz irritou-me ao não seguir os meus conselhos. Talvez por isso ou por uma pontada de ciúmes eu tenha respondido que era melhor deixar a morena em casa, livre da caganeira dele.
Porém, como também nunca fui má amiga, decidi fazer algo mais por esse querido e, logo que fui passar uns dias ao Brasil, encontrámo-nos. Disse-lhe imediatamente que não tinha interesse sexual e que não precisava de fazer nada por mim, estava muito bem alimentada, obrigadinha. Ficámos num hotel à beira-mar, caminhámos, conversámos o dia inteiro. Somos amigos há muitos anos e, de facto, não havia interesse da minha parte, apenas um certo desafio a ser vencido. Começámos a noite com um bom vinho e o meu amigo mostrou-me o quanto precisava de ajuda. Estado crítico!
Passámos muitas horas apenas a tocar-nos. Disse-lhe que nem sempre uma mulher precisa de penetração para atingir o orgasmo e ele ficou mais tranquilo, apenas a fazer por mim o que me dava prazer. É claro que tive de usar algumas artimanhas femininas, mas, passadas algumas horas, o meu amigo, livre de pastilhas azuis, estava totalmente recuperado. Foi incrível escutar o «escândalo» que ele fez ao atingir o orgasmo. Despedimo-nos com mais cumplicidade ainda e o Luiz permanece hoje muito mais seguro de si. Eu regressei a Portugal e ele encontrou finalmente a mulher certa. Está novamente casado e disse-me que depois de mim nunca mais teve problemas de impotência. «Remédio Santo!», disse ele.
Por: Detinha Avelino
Detinha Avelino é uma escritora brasileira, residente em Lisboa. É autora dos livros eróticos «Seduzca Me» e «Pequeña Y Rara», escritos em espanhol, assim como de «Filha do Destino», sobre o qual pode encontrar mais informações aqui.
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Detinha Avelino: Impotência x Determinação Reviewed by Revista 21 on 03:00 Rating:
Amei linda sempre que posso leio o que escreve.Bjs
ResponderEliminarGostei muito, vou tentar ler tudo o que escrever na revista, a revista fica muito valorizada com todas as cronicas escritas pela " Detinha "
ResponderEliminarBeijinhos
H.D
Obrigada Elieziel. Fico feliz pela revista21.net estar sendo apreciada ai no Brasil. Bjs.
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