Entrevista 21: Mariana Carvalho
Em mês de aniversário, damos-lhe a conhecer parte da equipa que tornou o primeiro ano da Revista 21 possível. Apresentamos hoje mais um dos elementos actuais da nossa equipa.
É obstinada, caprichosa e tem sempre uma opinião. Felizmente pertence à nossa equipa: não gostaríamos nada de a ter contra nós. Conheça Mariana Carvalho.
IDENTIDADE
Sou a Mariana e gosto de coisas juntas. Ainda recém-nascida, consegui convencer os meus pais a abandonar a ideia de a esta hora vos estar a dizer, nesta página, que o meu nome é Maria Ana.
Tenho 22 anos mas, em separado, com apenas 2, dizia que queria ser astronauta, ao contrário de todas as meninas bailarinas e cabeleireiras que havia no colégio.
Não a considerando uma grande habilidade, consigo comer com os talheres ao contrário e só não
fui esquerdina porque as freiras não me deixaram. Talvez esse trauma justifique eu só conseguir adormecer para o lado esquerdo.
Nunca fui capaz de abandonar os meus amigos imaginários, algo que me diferencia da maioria das pessoas da minha idade, e às vezes desculpo certas atitudes com isso: «não fui eu, foram eles».
Gosto de mudanças, desde que não envolvam transportar pesos, e para mim a Bíblia tem poucas páginas e o autor é Antoine de Saint-Exupéry, numa obra que fala sobre um pequeno príncipe loirinho. Já dizia Pessoa que «nenhum livro para crianças deve ser escrito para crianças».
Adoro palavras e vivo disso, ainda que para convencer pessoas a escolher a marca e não as outras. Trabalho numa agência de publicidade digital, mas prefiro folhas de papel ao Word.
Ouço Two Door Cinema Club porque me levanta da cama e tenho «vergonha» de dizer que sei de cor grande parte das falas do Moulin Rouge.
Num futuro próximo, quero ter três crianças a berrar e a escrever nas paredes com o homem por quem até hoje já me apaixonei 1096 dias, se contar que isso aconteceu apenas uma vez por dia e também só a partir do momento em que me convenci disso.
REVISTA 21
Que balanço fazes da colaboração com a revista?
Entrei como colaboradora da 21 aos 21 anos, por isso faço um balanço equilibrado deste percurso.
Houve algum artigo que tenhas gostado particularmente de ler?
Gosto mais de escrever do que ler, mas o Juvenal faz-me soltar gargalhadas em todas as edições.
Qual foi o artigo que mais te agradou escrever?
Como o primeiro é sempre o primeiro, «Estranhos Casos de Paternidade» [edição #06] foi o meu artigo de eleição.
Qual foi, na tua opinião, a melhor capa do ano?
Não gosto de capas, prefiro contracapas, e já li muitos livros a começar pelo último capítulo. Se tem final feliz não leio e pego nesse livro mais tarde, quando já não me lembrar como acaba. Quero com isto dizer que quero um homem na capa numa edição próxima, e virado do avesso.
Queres deixar alguma mensagem aos leitores da revista?
A todos os leitores, peço-lhes que, além de lerem, escrevam muito. Meio mundo anda perdido e a outra metade anda à sua procura, por isso escrevam nas mesas, nas portas das casas de banho, em post-its, em recados no frigorífico, e conheçam-se. Não façam o que mais gostam na vossa vida, tornem a vossa vida naquilo que mais gostam.
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