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Opinião 21: Persépolis (Marjane Satrapi)



Título Persépolis
Autor Marjane Satrapi
Edição Contraponto
Título Original Persepolis
Género Banda Desenhada | Biografia
Páginas 352
PVP 19,90 €
Ano 2012 | Original 2000
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Há coisas que não se entendem no mercado editorial português. Persépolis foi originalmente publicado no ano 2000. Desde aí, recebeu dezenas de prémios, vendeu mais de um milhão e meio de exemplares por todo o mundo e, em 2007, foi adaptado ao cinema, sendo posteriormente nomeado para o Óscar de melhor filme de anima­ção. Os críticos de ambas as áreas artísticas renderam-se à enternecedora ho­nestidade da história, e a autora, Marjane Satrapi, transfor­mou-se numa das maiores em­baixadoras de sempre do Irão. Ainda assim, foram precisos doze anos para vermos esta obra edi­tada no nosso país. Uma questão de prioridades que dá que pen­sar, ainda para mais se tivermos em conta a quantidade – e «qua­lidade» – de muitas das novidades das nossas livrarias.

No entanto, mais vale tarde do que nunca, e felizmente a Contra­ponto acha o mesmo, trazendo-nos num só volume «A História de uma In­fância» e «A História de um Regresso», as duas partes desta no­vela gráfica sobre a vida de uma iraniana que cresce du­rante a Revolução Islâmica e que por acaso é a vida da própria autora.

Torna-se, portanto, impossível analisar esta história sem utili­zar o ad­jectivo «sincera». Brutalmente simples nos desenhos e nos diá­logos, surpreende pela profundidade, mas também pelo ex­celente sentido de humor. Já para não falar que nos ensina mais sobre o Irão e as movimentações sociais e políticas do Mé­dio Oriente que qualquer ­noticiário actual.

Marjane aprende connosco. E coloca-se no meio, atacando não apenas a repressão do seu Irão, mas também a hipocrisia do mundo ocidental. A sua história apoia-se em emoções universais, e por isso funciona nos mais diversos públicos. É sobre amor e ódio, sobre injustiça, conformidade, e, acima de tudo, liberdade de expressão. Não interessa, por isso, se gosta de banda desenhada ou de islamismo na sua leitura. À semelhança de Maus, é uma obra que ultrapassa rótulos e deveria ser ensinada nas escolas de todo o mundo. Corra para a livraria.

Texto: Tiago Matos


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Opinião 21: Persépolis (Marjane Satrapi) Reviewed by Revista 21 on 01:00 Rating: 5

1 comentário:

  1. Anónimo3 de maio de 2012 às 11:05

    É realmente um grande livro. Lembrou-me o Maus em algumas passagens.
    Agora quero ver se encontro o 100 Bullets.

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