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Opinião 21: Silent Hill Downpour


Imagine-se sozinho numa cidade desconhecida e aparentemente deserta, à excepção de um bando de corvos e de uma neblina que teima em não desaparecer. Entrou em Silent Hill. 

Texto: Tiago Matos

Parece que foi ontem, mas passam já 13 anos desde que o primeiro jogo da série «Silent Hill» foi lançado. Claro que, na altura, tudo era muito diferente. Percorriam-se umas estradas bem demarcadas, matavam-se uns monstros bem pixelizados e, sem problemas de maior, chegávamos aos créditos finais. Mas hoje a experiência é outra. E não se aconselha a cardíacos.

A história começa como se de um filme se tratasse. Murphy Pendleton está preso. Não sabemos bem porquê, apenas percebemos que deve ter feito algo de muito mau, até porque, logo de início, é transferido para uma prisão de alta segurança. O problema é que o autocarro que o transporta - e a outros perigosos reclusos - tem um acidente e despenha-se por uma ravina. Murphy desmaia e, quando acorda, está no meio do nada. Que é como quem diz: em Silent Hill.

É aí que começa verdadeiramente a acção, e desde logo é impressionante a liberdade de movimento que temos. Estamos numa floresta e podemos explorá-la a nosso bel-prazer, como na vida real. Associando-o ao realismo da atmosfera, tanto a nível de gráficos como de som, é inevitável que nos sintamos realmente lá, levando Murphy a agir como nós próprios agiríamos na sua posição.

Passemos à parte técnica: a missão de Murphy é desvendar puzzles e eliminar monstros. Para isso, conta com todos os objectos e armas (paus, pedras, facas, etc.) que for encontrando. Nem todos os puzzles têm de ser desvendados. Mas é sempre mais engraçado se forem. E por vezes há algumas decisões morais a ser tomadas que influenciam a acção.

O jogo não será, talvez, adequado a jogadores impacientes. Sendo a solidão um dos seus pontos principais, na maior parte do tempo não existe grande acção, apenas Murphy a caminhar pela soturna cidade-fantasma de Silent Hill, decifrando pequenos mistérios. O primeiro momento realmente alucinante do jogo só chega depois de algum tempo, e o primeiro combate, então, nem se fala.

Ainda assim, para todos aqueles que consideram o suspense o prato principal do terror, Silent Hill: Downpour é uma gema a não perder. Um jogo inteligente, por vezes complexo e quase sempre aterrador.


SILENT HILL: DOWNPOUR

GRÁFICOS: 9
Atmosfera sombria de um realismo irrepreensível. Um dos pontos fortes do jogo.

SOM: 9
Excelente. Sinistro e ameaçador, como se impunha.

JOGABILIDADE: 8
A liberdade de acção chega a impressionar. As sequências de combate, contudo, podiam ser um pouco melhores.

MELHORIAS: 7
Não é tremendamente original dentro da série ou do género, mas a história é interessante.

REPLAY: 6
Inúmeros mistérios para desvendar, mas a maioria dos jogadores só o quererá terminar uma vez.


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Opinião 21: Silent Hill Downpour Reviewed by Revista 21 on 04:00 Rating: 5

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