Perfil 21: Sacha Baron Cohen
Comediante, escritor e actor, mas talvez mais conhecido pelos seus alter-egos: Ali G, Borat e Brüno. Eis Sacha Baron Cohen.
Texto: Mariana Carvalho
EU SOU KRISTO
Foi assim que se autodenominou em 1995, ao enviar uma cassete para um canal de televisão com uma pequena amostra dos seus dotes. Começava assim a sua carreira de comediante (ámen!).
THE 11 O'CLOCK SHOW
Foi o programa responsável por lhe dar reconhecimento e onde colocou no seu público as primeiras gargalhadas. Um ano após a sua estreia, a GQ nomeou-o comediante do ano.
O MENINO CANTA?
Nem Brüno nem Borat, mas Sacha sim! Ao entrar na Christ's College, em Cambridge, fez parte do musical My Fair Lady.
DA ALI G SHOW
Foi o nome que escolheu para o seu primeiro programa televisivo no Channel 4, em 2000. Foi berço de alguns dos seus personagens e baseava-se em entrevistas inesperadas e despropositadas a celebridades e políticos. Escusado será dizer que estes saíam do cenário sempre chateados.
ENTÃO PORQUE ACEITAVAM O CONVITE?
Para que Sacha Baron Cohen os conseguisse ter no programa, enganava-os. Fazia-se passar por alguém de um programa da HBO, canal de televisão da Time Warner.
O SILÊNCIO DE SACHA
Sacha é judeu, como tantos outros pelos quais demonstra um enorme ódio em Borat. O que faz com os seus alter-egos serve apenas para expor preconceitos existentes na sociedade, ao mesmo tempo que faz desaparecer a ligação entre o actor e os seus personagens. Quer com isto colocar todo o interesse nestes e nunca em si mesmo, não tendo de se desculpar nem dar explicações acerca dos «seus» actos.
DEU «MUSIC» A MADONNA
Ali G, a voz da juventude com influências americanas urbanas, mal-educado e politicamente incorrecto, foi quem Madonna convidou para o seu videoclipe «Music» em 2000.
BAFTA
Apesar de já ter sido nomeado antes, foi com Da Ali G Show que Sacha venceu dois BAFTA, para melhor série de comédia e melhor performance cómica.
ONDE NASCEU BORAT?
Criou o personagem em 1995 baseando-se num homem que conheceu na Rússia. Foram precisos 10 anos para Borat aparecer nas telas de cinema, mas visto ter acumulado mais de 250 milhões de dólares com o filme, dir-se-á que valeu a pena.
91
Foi o número de vezes que Sacha Baron Cohen enfrentou a polícia enquanto Borat.
BANIDO
Ao que parece, os russos não deram a merecida importância - nenhuma, aliás - ao facto de Sacha ter precisado de seis semanas para conseguir o tamanho certo de barba e cabelo para interpretar Borat, e nem de um dia precisaram para banir o filme do seu país, algo que não acontecia desde os anos 80.
«BOA NOITE, SENHORES E PROSTITUTAS!»
Foi assim que se iniciaram os MTV European Music Awards de 2005, em Lisboa, com a entrada de Borat em palco. Pouco tempo depois, recebeu uma acção judicial do governo do Cazaquistão, que o acusou de gozar com o país, mas ao menos enquanto esteve por cá teve a oportunidade de chamar algumas lisboetas pelo nome.
DISPUTA COM COMEDIANTE ISRAELITA
Dov Glickman afirma que Sacha lhe roubou a expressão «wa wa wee wa», habitualmente utilizada por Borat. O comediante de Israel diz tê-la usado há mais de 16 anos num programa seu. Alguém gravou?
MELHOR ACTOR DE COMÉDIA
Borat pode conter nudez, anti-semitismo, pedofilia, incesto e racismo. A verdade é que apesar de todo o embaraço que causou nos EUA, o filme venceu um Globo de Ouro em 2007.
O CAZAQUISTÃO MUDOU-SE PARA A ROMÉNIA?
Parece que, além de esquerdino, Sacha Baron Cohen é desorientado. O «Cazaquistão» de Borat foi a Roménia, e foi também o seu filme com o maior número de não-actores. Os romenos acharam estar na presença de um verdadeiro jornalista que ia produzir um documentário acerca das suas dificuldades e colaboraram nas filmagens.
O PRÉMIO DEPOIS DO PROCESSO
Depois de receber inúmeras críticas pelo hiperbolizado retrato de miséria do Cazaquistão elaborado em Borat, Sacha acabou por receber um prémio das mãos do próprio presidente do país, por divulgar a região ao mundo. «Achava impossível mostrar este perfil do meu país», disse-lhe ele enquanto lho entregava. Boa gente que têm à frente daquele país.
OS CUIDADOS DE BRÜNO
Não foi fácil desempenhar este seu «heterónimo». O actor sofreu queimaduras graves ao tentar branquear todos - sim, todos - os pelos do seu corpo, além dos inúmeros cuidados femininos de que precisou para representar o extravagante homossexual de 19 anos. Brüno chegou mesmo a ser capa da GQ, após a estreia do filme.
SEMELHANÇAS COM BRÜNO?
Parece que, depois de concluir a sua tese, na qual se mostrou preocupar com a participação dos judeus na luta pelos direitos civis nos EUA, Sacha trabalhou como modelo «dando corpo» a várias revistas de moda.
ALTOS E BAIXOS DE BRÜNO
Foi preso em Milão após invadir um desfile de moda, mas, com o mesmo personagem, foi capaz de entrevistar a modelo brasileira Gisele Bündchen. Talvez Sacha tenha gostado, mas Brüno prefere o sexo masculino.
ABANDONA AS MÁSCARAS
Tomou a decisão de abandonar os personagens Ali G e Borat. Diz ter chegado a interpretá-los 14 horas por dia e acredita que, por isso e por toda a popularidade que atingiram, perderam o seu potencial.
TORNOU-SE DITADOR?
Não. Apenas apresentou um novo alter-ego, inspirado na biografia de Saddam Hussein, que conta a história de um heróico ditador que arrisca a vida pelo seu país. The Dictator estreou em 2012 e foi, até à data, o último trabalho escrito e protagonizado por Sacha Baron Cohen.
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