Música 21: Os Concertos Mais Chocantes de Sempre
Muitas vezes um simples concerto de música torna-se um momento cultural histórico. Na edição #03 da Revista 21 apresentámos-lhe aqueles que podem ser considerados os 21 mais chocantes de sempre!
Texto: Luna Santos
Ousadias
(The Doors: Miami, 1969)
«Vocês não vieram aqui apenas para ouvir música, pois não? Vieram porque querem ver o meu pénis!» À provocação, gritada pelo vocalista dos The Doors, Jim Morrison, em pleno concerto, seguiu-se uma rápida exposição do seu membro sexual. O organizador ficou tão irritado com o gesto que empurrou Jim de cima do palco. Amparado pelo público, o cantor prosseguiu o concerto, mas algum tempo depois viria mesmo a ser levado a tribunal, acusado de exposição indecente e embriaguez pública.
O voo da galinha
(Alice Cooper: Toronto, 1969)
Durante o seu espectáculo no Festival Rock & Roll, no Canadá, Alice Cooper viu uma galinha ser atirada para o palco por um dos seus fãs. A reacção do cantor foi pegar no animal e atirá-lo novamente para a plateia, julgando que a galinha desapareceria no ar, voando. Cooper descobriu da forma mais sangrenta que as galinhas não possuem esta capacidade: a plateia, enfurecida com a presença da ave irrequieta, acabou por a despedaçar.
Iggy corta-se
(The Stooges: Michigan, 1969)
Acabou por se tornar habitual, mas na altura os fãs ficaram chocados quando Iggy Pop, vocalista dos The Stooges, se atirou para cima deles, inventando, no processo, o stage dive. Isto vindo de um homem que acabara de se cortar com uma garrafa até sangrar.
Racismo inglês
(Eric Clapton: Birmingham, 1976)
«Pretos, ciganos, árabes, jamaicanos... Não os queremos cá, não são bem-vindos! Isto é a Inglaterra, um país branco! Fora com os pretos! Mantenham a Grã-Bretanha branca!» O discurso de Eric Clapton, em pleno concerto, chocou o público e o povo inglês. O cantor justificou-se mais tarde com as drogas, mas o mal estava feito.
O morcego
(Ozzy Osbourne: Iowa, 1982)
É um dos concertos mais famosos de sempre. Tudo começou quando um fã de Ozzy Osbourne resolveu atirar-lhe um morcego vivo para o palco. Julgando tratar-se de um brinquedo de plástico, o cantor não hesitou: imediatamente trincou o animal, arrancando-lhe a cabeça. Depois do concerto, foi levado de urgência para o hospital para ser vacinado contra a raiva.
Playback
(Milli Vanilli: Connecticut, 1989)
Os Milli Vanilli estavam longe de imaginar que um problema técnico lhes custaria a carreira. Enquanto «cantavam» o seu maior sucesso, «Girl You Know It’s True», a gravação empancou, revelando que actuavam em playback. O incidente teve repercussões graves, descobrindo-se mais tarde que nenhum dos membros cantava no próprio álbum. Alguns anos depois, um dos «vocalistas» suicidou-se, alegadamente devido à pressão do incidente.
Tetraplégico
(Curtis Mayfield: Nova Iorque, 1990)
A lenda do soul, Curtis Mayfield, sobreviveu a um acidente em palco, mas as consequências permaneceram até ao fim da sua vida. Enquanto actuava num concerto ao ar livre, viu o equipamento de luz desmoronar-se sobre si, partindo-lhe o pescoço e deixando-o irremediavelmente paralisado do pescoço para baixo. Mayfield não só sobreviveu como continuou a escrever, cantar e produzir.
A birra de Axl
(Guns N’ Roses: St. Louis, 1991)
Em 1991, os Guns N’ Roses tinham uma única regra: nada de câmaras de vídeo nos seus concertos. Assim, quando em St. Louis, Axl Rose viu um fã com uma, não esteve com meias medidas: atacou-o, tirou-lhe a câmara e anunciou que ia «para casa», terminando aí o concerto. Os 2500 fãs, irritados, iniciaram então uma das maiores rixas de sempre na cidade, resultando em prejuízos na ordem dos 200 mil dólares.
Pirotecnia
(Metallica: Montreal, 1992)
O vocalista dos Metallica experimentou da pior forma os perigos que corre um rockstar a tocar ao vivo. James Hetfield compreendeu mal as indicações dadas e viu-se envolto numa chama de 3,7 metros, parte do espectáculo pirotécnico que decorria em palco. Sofreu queimaduras de segundo e terceiro grau, mas continuou a cantar no resto da digressão.
O tampão usado
(L7: Reading’92)
Por motivos técnicos, a banda feminina de grunge L7 atrasou a sua entrada em palco no Festival de Reading, em 1992. Os fãs é que não aceitaram a demora e, impacientes, começaram a atirar lama para cima do palco. Irritada, a vocalista Donita Sparks decidiu então responder na mesma moeda, removendo o seu tampão à vista de todos e atirando-o para o público, com o grito: «Engulam o meu tampão usado, idiotas!»
Protesto a nu
(Rage Against The Machine: Lollapalooza‘93)
Acções valem mais que palavras, pensaram os Rage Against The Machine ao entrar no palco do Lollapalooza de 1993 nus, de bocas tapadas e corpos pintados com a sigla PMRC (Parents Music Resource Center). O protesto contra a censura de que eram alvo por parte dessa instituição durou cerca de 15 minutos.
Indecências
(Rammstein: Massachusetts, 1998)
Pirotecnia, emoção e... sodomia. Cada concerto dos alemães Rammstein é um espectáculo muito próprio, mas em 1998 foi verdadeiramente especial. Como parte do acto da banda, o vocalista começou a simular actos de sodomia com o teclista, mas a polícia não gostou e decidiu intervir, subindo ao palco e prendendo ambos.
Campo de batalha
(Woodstock’99)
Se em 1969 o Woodstock foi uma celebração de paz e amor, em 1999 foi precisamente o contrário. No concerto dos Limp Bizkit, o vocalista Fred Durst incitou o público, e o resultado foi uma onda de violência, roubos e até violações. Já no último dia, durante o concerto dos Red Hot Chili Peppers, verificaram-se inúmeros incêndios que também causaram vários feridos.
Fiona colapsa
(Fiona Apple: Nova Iorque, 2000)
Numa sala repleta de fãs, Fiona Apple quase arruinou a carreira, entrando em colapso. A má qualidade do som levou a cantora a queixar-se, desatando a chorar e a berrar com os jornalistas, abandonando de seguida o palco, apressadamente.
Assédio e danos
(Marilyn Manson: Detroit, 2001)
Marilyn Manson é a controvérsia em pessoa, mas quando as situações ultrapassam o limite da extravagância, as consequências podem ser sérias. Foi o que aconteceu quando, em 2001, decidiu esfregar os seus órgãos sexuais num dos seguranças do recinto. A brincadeira não agradou ao oficial, que processou o cantor por assédio sexual e danos morais.
Alvo de processo
(Creed: Chicago, 2002)
É considerado por muitos o pior concerto do milénio. Visivelmente embriagado e muito agressivo, o vocalista dos Creed, Scott Stapp, não se conseguiu lembrar da letra de uma única música, saindo várias vezes de palco por longos períodos de tempo e rebolando por vezes no chão até acabar por desmaiar. O concerto foi tão mau que a banda chegou mesmo a ser processada por quatro fãs.
Morte ao vivo
(Damageplan: Ohio, 2004)
Foi morrer em palco... no sentido literal. O guitarrista Dimebag Darrell, ex-Pantera, estava a dar um concerto com a sua nova banda, Damageplan, quando um homem avançou para ele com uma arma e o atingiu várias vezes na cabeça. O assassino era um tresloucado que achava que os Pantera lhe conseguiam ler a mente, roubando-lhe os pensamentos e gozando com ele pelas costas.
Janet exposta
(Janet Jackson e Justin Timberlake: Super Bowl XXXVIII, Texas, 2004)
A actuação de Justin Timberlake e Janet Jackson no intervalo da final do Super Bowl, terminou de forma imprevisível. Isto porque o cantor, antes de terminar a música, decidiu arrancar uma parte do corpete de Janet, que não vestia soutien, ficando, assim, com o seio à mostra. As críticas nos media foram severas e a irmã de Michael Jackson chegou mesmo a estar proibida de actuar nos Grammys.
The Cumshots e o apoio ambiental
(The Cumshots: 2004)
A banda liderada por Kristopher Schau resolveu demonstrar as suas preocupações ecológicas em 2004, durante um concerto na Noruega, ao convidar um casal para ter relações sexuais em palco. O casal pratica estas «manifestações» habitualmente, com o intuito de chamar a atenção para a reflorestação.
A urina de Fergie
(Black Eyed Peas: San Diego, 2005)
Fergie surpreendeu quando, durante uma actuação dos Black Eyed Peas, urinou em pleno palco, deixando as calças visivelmente molhadas. A cantora acabou por se justificar, dizendo que tinha ingerido algumas bebidas antes do concerto, sem esperar uma reacção tão violenta da sua bexiga.
Socos e cuspidelas
(Amy Winehouse: Glastonbury, 2008)
Chorou, gritou, cuspiu para cima do público, deu um soco num fã que lhe insultou o namorado e, sem justificação aparente, falou mal de Kanye West. Palavras para quê? É Amy Winehouse!
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