Será mesmo verdade que toda a publicidade é boa publicidade? Por vezes a luta insana pela preferência dos consumidores dá azo a rasgos inusitados de criatividade que, em vez de atrair potenciais clientes, acabam por os afastar. Descubra 21 anúncios que se inserem nesta categoria, tendo chocado e dado que falar, um pouco por todo o mundo.
ANTONIO FEDERICI (Gelados)
Este é, sem dúvida, um gelado de fazer perder a cabeça. Mas, apesar de ter sido concebido imaculadamente, não serviu de muito para travar a polémica que causou nos meios conservadores, e em especial, claro está, na Igreja.
BACARDI (Bebidas)
Até poderá ser melhor que cerveja mas, além de irreal, o anúncio da Bacardi para o Canadá foi criticado por objectivar as mulheres.
CONAC (Institucional)
Este anúncio de prevenção ao cancro de pulmão aposta no choque e compara a exposição ao fumo de tabaco com a falta de ar no interior de um saco de plástico.
DACRON (Calças)
Se fosse lançado hoje, este anúncio não escaparia à crítica, por rebaixar a mulher e ser puramente sexista. Comparar uma mulher a um tapete é mau, pisar a sua cabeça é pior!
DEUTSCH MAGAZINE (Revista)
O principal objectivo da revista era atrair atenção, e... conseguiu! A bestialidade foi considerada imoral pela sociedade alemã e a revista deu que falar.
DEUTSCHER TIERSCHUTZBUND E. V. (Institucional)
«Sinta-se como um porco», é o que diz o primeiro anúncio. A campanha, de uma associação alemã de defesa animal, pretende alertar para o sofrimento dos animais.
DIESEL SKORPION (Calças)
Por mais que se pareça com um «escorpião humano», este anúncio não teve desculpa e foi mesmo banido. Sexualmente explícita, a sua imagem foi considerada ofensiva e inadequada para publicar na imprensa, onde poderia ser vista por crianças.
DUREX XXL (Preservativos)
Demasiado grande para ser confortável. Será que é isto que as pessoas procuram no sexo? Dor e desconforto? Além de ser irreal, vai contra os objectivos do produto.
ENERGIZER (Pilhas)
Este foi feito... mas ao menos não passou da casa de provas. A certa altura, alguém na Energizer teve o bom senso de achar que talvez um suicídio numa banheira não fosse a melhor forma de vender pilhas e atrair novos clientes. Acabaram por se ficar pelos coelhinhos, e fizeram muito bem.
GOOD PARENT (Institucional)
Crianças «partidas», como se fossem feitas de porcelana, e a frase «Pode perder mais que a paciência». Não há que enganar: estes polémicos anúncios têm como tema os maus tratos infantis.
INDYACT (Institucional)
Mulheres com casacos de peles e rostos sujos com o sangue dos animais mortos para os obter. Um anúncio controverso.
IP PRESS MEN'S MAGAZINE (Revista)
Esta revista «brinca» com o assassinato de JFK, apresentando uma realidade alternativa na qual a atingida é a sua esposa. Ao fundo, o macabro slogan: «Se o vosso alvo é o homem, assegurem-se que não falham».
JUST (Sabonete líquido)
Se o objectivo é assustar as pessoas e tentar criar alguma espécie de obsessão por limpeza (sim, são mesmo vermes naquela mão), estes conseguiram-no. Mas o resultado ficou demasiado nojento para poder ser visto de ânimo leve.
KISS (Tabaco)
A forte semelhança entre estas embalagens de cartão e os seres humanos levou este anúncio a ser banido em Israel.
ONIDA (Televisões anti-reflexo)
É estranho, mas a Onida decidiu ter a sua imagem associada a Hitler, exibindo-o com uma auréola ao anunciar os seus novos televisores anti-reflexo. Ofensivo? Claro.
PLAYSTATION 2 (Institucional)
O vício dos videojogos é ilustrado pela Sony com uma série de asiáticos a cheirar cuecas em forma de triângulo (um dos botões do comando da consola). OK...
SISLEY (Roupa)
Na sua campanha «Fashion Junkie», a Sisley decidiu ir mais longe, comparando a dependência de moda com o vício de drogas. Uma proposta ousada, que lhes valeu muitas críticas.
SIX FEET UNDER (Série)
Claro que os rostos lívidos e os olhos sem cor, glorificando a morte como produto de beleza, ajudaram... mas o que levou estes anúncios a serem banidos foi outra coisa: onde se percebe aqui o anúncio a uma série televisiva?
TOM FORD (Perfume)
Não é muito difícil saber porque foi este anúncio alvo de inúmeras criticas, especialmente por parte dos mais conservadores.
TOYOTA PRIUS (Automóvel)
Um homem prepara-se para enterrar um corpo. Em baixo, a frase: «Bem, pelo menos ele conduz um Prius». Por isso já sabe, se futuramente quiser cometer um homicídio, é este o carro que desculpa tudo.
WWF (Institucional)
O ser humano não gosta de ser comparado ao resto dos animais, por isso anúncios deste género são habitualmente considerados chocantes e ofensivos. No lugar de um leitão, temos um bebé, e a frase «Consumir a Terra é consumir o nosso futuro».
Texto: Susana Veríssimo
Artigo publicado na edição #09 da Revista 21
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